sexta-feira, 24 de outubro de 2008
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Refuse/Resist
Chaos A.D.- Tanks on the streets
- Confronting police
- Bleeding the plebs
- Raging crowd
- Burning cars
- Bloodshed stars
- Wholl be alive?!
- Chaos A.D.
- Army in siege
- Total alarm
- Im sick of this
- Inside the state
- War is created
- No mans land
- Wholl be alive?!
- Refuse/
- ResistRefuse
- [Solo]
- Chaos A.D.
- Disorder unleashed
- Starting to burn
- Starting to lynch
- Silence means death
- Stand on your feet
- Inner fear
- Your worst enemy
- Refuse/ResistRefuse/Resist...
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
sábado, 30 de agosto de 2008
McWhat?!

Ambição Sem Limites
Hoje em dia é pouco provável que alguém minimamente informado ainda não tenha ouvido falar no jogo "The Sims". Um simulador da vida quotidiana, com um conceito tão simples e básico que alcançou uma popularidade tremenda e é, actualmente, o jogo mais vendido de sempre. Já aqui falei da terceira incursão, que chegará às lojas lá para início do próximo ano, ainda mais complexa e ambiciosa.quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Foje Foje Bandido
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
terça-feira, 29 de julho de 2008
Electrólise
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Pop Galore
A irmã mais velha e estilosa das Girls Aloud?
A prima perdida da Roisin Murphy?
A Kylie escandinava?
Não interessa. É perfeição POP absoluta!
Annie: I Know UR Girlfriend Hates Me
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Summer Essentials IV
No rescaldo de uma visita nocturna recente à capital do Império, (re)apareceu-me este álbum dos Metro Area, originalmente editado em 2002. E porquê? Porque este é um disco de música de cidade, para ser ouvido em avenidas, por entre os arranha-céus de aço e vidro. Este é um som de espaços fechados, de proximidades e de respirações ofegantes, um mundo criado e prenhe das atmosferas dos clubes nocturnos. Estranhamente, é o tipo de música que parece deslocado no campo, na praia, ou até mesmo no leitor do carro... Os Metro Area combinam doses maciças de disco, ondas de funk, e aqui e ali uns pozinhos essenciais de new-wave e synthpop, para servirem de cúpula à coisa. O que acontece é que a seguir retiram de cada faixa tudo o que é excedente até se ficar apenas com os seus elementos essenciais. Apesar de estarem associados a alguma microhouse e a uma atenção à economia musical, nunca sobrecarregam a música aqui presente com qualquer tipo de bagagem teórica. É como se não quisessem que qualquer tipo de imperfeição e/ou distracção manchasse a limpidez da sua produção. O resultado é um som elegantemente produzido e com um sentido de ritmo inatacável e um calor que se sente fluir através da conjugação das electrónicas com os elementos artesanais, incluíndo (e aqui, numa nota pessoal, eles ganharam a parada...) as cordas do Kelley Polar String Quartet. É este equilíbrio que faz o disco ser o triunfo que é. Aliás, estas faixas soam tão bem e conjugam influências tão díspares que, por vezes, quase seria desejável a existência de vozes para animar ainda mais o ambiente. Não é que as faixas não funcionem suficientemente por elas próprias. Conseguimos facilmente absorver a elegância dos seus espaços e admirar as variações ritmicas que se estabelecem entre si. A questão é que alguns destes acordes e padrões ritmicos são tão profundamente pop que acaba por ser quase um sacrilégio deixar as vozes de fora. De qualquer forma, summer in the city, em grande estilo graças a Morgan Geist e Darshan Desrani. Façam como eu, ponham o ipod a funcionar e percorram as avenidas novas numa noite de como as que têm estado ultimamente e deixem-se ir. Uma pequena paragem no café do Maria Matos deverá ajudar a mais uns momentos de prazer...quinta-feira, 17 de julho de 2008
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Where Do I Put It?
É pop?
É electro?
É urbano?
É hip-hop?
É... errr... classificável?
"Nightwatcher"
by Alan Braxe (feat. Killa Kela & Fallon)
domingo, 13 de julho de 2008
Summer Essentials (Hors-Série)
Intrigado pela sugestão do Crumblenaut (uma das poucas pessoas no mundo que teve acesso quase ilimitado à caverna de Ali Babá que é a Music Room do Senhor Marquês) e no seguimento de uma noite passada no Beach Club da Praia Atlântica, em Soltroia, a sofrer a actuação de uma daquelas bandas de bar que têm como norma criar um mínimo denominador comum musical e depois tocar tudo, absolutamente tudo, nesse espartilho sonoro easy-listening-tropical-bem-disposto-ora-venha-lá-a-cantoria-lá-lá-lá, regressei a este Caracol do francês Alexkid. Editado em 2006 pela influente F Communications, é o terceiro album de Monsieur Alexis Mauri, um DJ, programador e criador de excelente música electrónica que tem como maior particularidade o facto de nunca se afastar em demasia dos instrumentos acústicos que foram a base da sua formação musical. Assim, temos um Caracol multifacetado, tendo por base uma estrutura techno minimalista, com breves passagens pelo house mais sofísticado, com laivos de electro deixados aqui e ali, pontuando estruturas rítmicas quase hipnóticas, a fazer lembrar gente como Richie Hawtin, mas sem entrar no cerebralismo do mestre canadiano. Estamos aqui no território da música de dança, como é óbvio, mas quem disse que para dançar é preciso desligar o cérebro? Basta ouvir a faixa 02, Decibelly, para nos deixarmos enlevar pela estrutura quase arquitectónica da música e sermos transportados para um universo paralelo de verdadeiro chic amoral e epidérmico, larger than life. E, afinal, o que é o Verão se não isso mesmo? O que nos traz de volta ao Beach Club de Soltroia, rodeado das upper classes lusas em férias, vestidas de branco, a fingir que está tudo bem neste recanto à beira-mar plantado. Pais por um lado, hordas de teenagers clonados dos Morangos com Açucar por outro, e a falta que faz um disco como este Caracol para transformar tudo aquilo numa realidade mais visceral e interessante. Sim, os teenagers-clones bebidos, devidamente drogados e aborrecidos (mas não aborrecidos, se me faço entender...), mergulhados num negrume existencial profundo, abandonados aos piores e mais excitantes vícios num cenário maravilhoso de luxo decadente. Isso seria interessante. Quanto aos pais, bem, jogariam bridge, canasta ou mahjong e estariam ausentes, comme il faut. No parque de estacionamento, os Bentleys, Hummers, Porsches, Range Rovers e demais descapotáveis teriam outro brilho. But I digress... Assim, vou ouvir Decibelly até quase acreditar que este país pode ser interessante. Au revoir.quarta-feira, 9 de julho de 2008
Summer Essentials III
Porque parar é morrer, mais um tomo nesta saga sonora estival. Desta vez, um dos navios almirantes da Kompakt, essa caixa de Pandora de delícias sonoras electrónicas, rainha entre todas as casas que fazem das máquinas o seu mantra. O nome do senhor é Gui Boratto, é brasileiro, é produtor e trabalhou com gente altamente improvável antes de ter dado ao mundo este couraçado ritmico, absoluto ariete sonoro, imparável objecto de cutânea aderência (delírio, delírio...) e inescapável luxúria dançante. Estão a ver, portanto... Seu Boratto apresenta uma derivação sónica das ondas sonoras reinantes no presente, incluíndo techno, electro, minimalismo, house, breakbeat et al. para formar um som texturado, capaz de conciliar vários ritmos numa mesma faixa, puxando para a pista de dança e para o lounge num mesmo sopro. São partículas sonoras em suspensão que são atiradas ao ar e feitas em virotes, criando sons quase trance com espaço suficiente entre si para deixar que sejam elitidos de modo a criarem arranjos próprios, levando estas faixas para outra dimensão que excede em muito a de uma normal pista de dança. É como se Boratto criasse um Carnaval de sons que do original brasileiro retirou o sentido do ritmo e a capacidade de criar movimento, fazendo pensar num Verão ácido que nunca mais acaba, de cocktail na mão a olhar para o fim do mundo. Um conjunto de faixas que torna difícil a escolha de uma delas em particular, deixando instalar-se uma visão de conjunto plenamente satisfatória. Que os calores nos acompanhem por muito tempo! segunda-feira, 7 de julho de 2008
Summer Essentials II
Novo capítulo nestes summer essentials. É como se fosse uma continuação do anterior, todo ele breezy e leve, muito contemporâneo na sua estética manta de retalhos, bebendo a inspiração em tudo aquilo que pode soar bem ao ouvido do Criador. Neste caso, Sasse, com o seu álbum de estreia Made Within The Upper Stairs of Heaven, de 2006. Sasse é o nom de plume do finlandês Klas Lindblad, um homem das electrónicas, que trabalha a partir de Berlim, usando uma profusão de nomes para os seus esforços musicais. Neste álbum, partindo de uma base que se pode classificar como IDM, Sasse constrói um caleidoscópio sonoro que inclui house music, electro, techno, elaborações disco à la Giorgio Moroder e muito e glorioso italo disco. Ah, e o traço fundamental do álbum, muita influência brasileira, muito tropicalismo, muita bossanova, cantada em português do outro lado do oceano. Verão? Sem mais! Os pratos fortes, conhecidos dos melómanos mais atentos, incluem "Soul Sounds", "Losing Touch" e "Up To You", maxis demolidores que fizeram mossas nas pistas de dança e ainda hoje causam frissom. Para banda sonora de Verão, absolutamente perfeito! domingo, 6 de julho de 2008
UNKLE - End Titles... ou Como Destruir As Expectativas Dos Fãs Em 2 Álbuns
Há uns meses atrás, a expectativa era muita: os UNKLE iriam lançar o seu 3º de originais. Gostei principalmente do segundo longa duração, "Never Never Land", com as suas faixas mais ambientais e electrónicas às quais era adicionada uma pitada de rock.quarta-feira, 2 de julho de 2008
Summer Essentials
A questão colocou-se numa destas noites de canícula, enquanto esperava pelo sono, livre de outras obrigações que não as de ordem puramente estética e hedonista: que música ouvir neste Verão? Curiosamente, o primeiro disco que me veio à mente foi este Night Vision dos belgas Spirit Catcher. Porquê? Bem, porque todo ele perpassa a ideia de calor, Verão, praia, relax, lounges situadas em locais paradisíacos, enfim, todos os anúncios publicitários deste lado do Paraíso. Mas ainda bem. Tudo em bons. Ouvi-o e tudo isto se confirmou. O que se apresenta no álbum é um som impecavelmente produzido, um disco sound moderno e brilhante como uma superficie de prata reluzente. É sexy sem o mínimo esforço e absolutamente eficiente na intemporalidade dos seus pressupostos ritmicos. Já ouvimos isto, certamente, mas aqui é tudo tão natural que nos deixamos ir sem qualquer constrangimento. Disco de Verão? Oh yeah! Começar a silly season com esta música supremamente elaborada e elegantemente energética, com assumidas piscadelas de olho aos anos 80 e à herança do melhor disco dos 70, parece extremamente adequado ao apetite electro e house das noites sintéticas destes dias. Não é preciso dizer que a noite que se seguiu foi um caleidoscópio de ritmos sensuais da melhor feitura.Assim vale a pena o Verão...!
sábado, 28 de junho de 2008
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Como estamos de parabéns...

Oban, 14 anos, West Highland, 43º
Cor: âmbar
Primeira: pouco pungente, de teor que se adivinha mais rico que o nariz
Puro, meio-alcatrão sulfuroso com maresia que apaga o enxofre
Com água, aromas reduzidos deixando toque de biomassa pantanosa, floral com açúcares refinados
Segunda: distribui-se por todo o palato após começo suave, evolui para a secura fumada - madeira sem turfa.
Final: especiarias e tempero herbal.
Não é um Port Ellen, mas daí a descontinuarem a importação desta maravilha (e do Lagavulin, do Cragganmore, do Ardbeg, do Dalwhinnie, do Caol Ila, do...) "por não haver mercado em Portugal que o justifique", é mais um passo na direcção da mediocridade - como os exames de Matemática deste ano...
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Expect the Unexpected
terça-feira, 10 de junho de 2008
Everything In Its Right Place
A edição deste Best Of é obviamente uma manobra de desavergonhada exploração comercial por parte da EMI/Parlophone após a separação com os Radiohead. Nada de novo aqui, apenas a indústria a cavar mais fundo a sua sepultura. Não é o primeiro e não será o último caso. Penso até que os fatos da EMI se devam ter sentido extremamente felizes quando as cópias de In Rainbows começaram a voar via net para os seus destinatários. Apenas valorizou mais o seu espólio de sete álbuns, à espera de ser posto (mais uma vez) a render. Pois bem, perante este CD só há uma coisa a dizer: que se lixe, com música desta nada disto é importante. Além disso, quem quer que tenha sido o responsável pela selecção das faixas mostrou um respeito inesperado pela banda e pelo seu legado. Basta pegar no primeiro disco da edição dupla e ver o alinhamento: Just, Paranoid Android, Karma Police e Creep, de uma vez só, coisa para nos deixar de coração acelerado e sorriso idiota estampado no rosto. Pode ter sido coincidência, mas é um início tremendo, capaz de pôr o ouvinte mais incauto de joelhos e o iniciado a voltar em acreditar em tudo aquilo que fez os Radiohead grandes. Continuando a audição, lá temos todas as grandes canções, arrumadas como por milagre, My Iron Lung, o fabuloso There There, Fake Plastic Trees, Street Spirit (Fade Out) e a entrada na sagrada parceria Kid A/Amnesiac com Idioteque e Everything In Its Right Place (mais a presença de Optimistic, na versão americana) para mostrar o que aconteceu quando a banda resolveu fazer o céu e a terra mudarem de lugar. E o que aconteceu? Bem, basta ouvir Pyramid Song para perceber, só por esta pequena pérola valeria todo o CD, por ela eles estão no Olimpo da música moderna. No segundo CD, a tarefa parece ter ficado a meio, com uma escolha mais limitada e alguns tiros falhados, como se o bom que não coube no primeiro disco não tivesse sido suficiente para encher outros 70 minutos e fosse necessário escolher outros momentos para complemento, escolha essa que deve ter causado alguns problemas… Mesmo assim temos direito a I Might Be Wrong e a outra secção de impressionante força: Exit Music (For A Film), The National Anthem, Knives Out e Talk Show Host. Nada mal, mesmo assim. Um fã dedicado terá todos os discos da banda e as duas raridades que aqui aparecem podem ser facilmente adquiridas (Talk Show Host na BSO de Romeo+Juliet, True Love Waits em I Might BeWrong – Live Recordings), mas digo-vos, ide e comprai, com alegria, com a certeza de que, mesmo com tudo o resto à volta, música desta é difícil de encontrar hoje em dia e só isso importa. Os Radiohead foram e são uma grande banda, com um legado formidável e uma capacidade de renovação e criatividade capaz de desafiar as regras e os modelos de uma indústria formatada e em queda. É ouvir Pyramid Song e ficar a perceber porquê…segunda-feira, 9 de junho de 2008
FALTA DE CRITICA FICA OS VIDEOS
sexta-feira, 6 de junho de 2008
EU VOU E TU?

Hoje é o dia que a família cá de casa vai ao Rock in Rio Lisboa. Na reunião para escolher um dos dias, saltou logo à vista este último. Muse é sem dúvida a banda que me faz ir, ainda por cima porque estão a produzir o novo álbum. Mas os Linkin Park nunca podem ser uma carta fora do baralho porque são muito bons naquilo que fazem ( estive no concerto deles o ano passado no Oeirasalive07 e sei do que escrevo ).Os Kaiser Chiefs são festa garantida em cima do palco e por isso prometem. Quanto aos Offspring até vai ser bom relembrar alguns temas antigos mas não havia necessidade de estarem aqui. Não se percebe também o que fazem aqui os Orishas, mas enfim...
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Spiritualized - Soul On Fire
Spiritualized - Soul On Fire
Descobri isto e ainda bem. O novo álbum dos Spriritualized de nome A&E arrisca-se a ser um marco na historia desta banda. São 12 músicas mais 6 pequenos interlúdios instrumentais e baseia-se na vida do vocalista Jason Pierce, depois de ter sido internado nos cuidados intensivos. Um ábum cheio de optimismo para um mundo tão cinzento.
terça-feira, 3 de junho de 2008
THE TING TINGS
The Ting Tings - That's Not My Name (New)
O que eu ando a ouvir no meu leitor, é simplesmente genial e muito dançável.
domingo, 25 de maio de 2008
Peregrinação
sábado, 24 de maio de 2008
AUSTRALIA
Baz Luhrmann surpreende mais uma vez. Depois de Moulin Rouge faz uma incursão pelo Westen com este maravilhoso Australia. Nicole Kidman foi a actriz escolhida (tal como no maravilhoso Moulin Rouge) e desde já podemos antever uma nomeação para óscar. Baz é dos poucos realizadores que conseguem tirar tudo o que Nicole Kidman tem de bom. Australia foi escrito pelos famosos Ronald Harwood (The Pianist, The Diving Bell and the Butterfly), Stuart Beattie (Collateral, Pirates of the Caribbean, G.I. Joe), and Richard Flanagan (The Sound of One Hand Clapping). Este filme conta também com o grande actor Hugh Jackman no papel principal. A história gira em torno de uma mulher ( Nicole Kidman ) que vive no norte da Austrália e que pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial herda um grande rancho. Quando os grandes fazendeiros pretendem roubar as suas terras ela junta-se a um vaqueiro ( Hugh Jackman ) para transportar as mais de 2000 cabeças de gado pelo país e assim começa uma grande viagem. Fiquei com “água na boca” em relação ao filme. Mas também com este trailer quem não fica?
Vive La France!!!!!!!!!!
Deliciosa controvérisa francesa sobre a entrada nacional na Eurovisão deste ano. Motivo: a canção, "Divine", interpretada por Sebastien Tellier, é cantada em, pecado dos pecados, inglês! Até Sarkozy já se meteu, defendendo a "francesidade", a língua, a cultura e tudo o mais contra o ogre saxónico. Maravilhoso! O que acontece é que a canção em questão é uma fabulosa e irónica apropriação dos lalalalalas e papapapapas eurovisivos, produzida por Guy-Manuel de Homem-Christo, metade dos Daft Punk, e que faz parte do álbum "Sexuality" de Tellier, um excelente disco de pop do mais fino recorte. Só mesmo en France. Quanto ao resto do mundo, diverte-se...Dr. Jones, mais uma vez...
Primeira constatação: quem gostou dos outros, vai gostar deste, quem não gostou, continuará a não gostar. Não há nada a fazer. Pontos a favor: a máquina industrial Lucas/Spielberg está afinadíssima, há humor e auto-irrisão q.b., Harrison Ford ainda veste bem a pele de Indy e há Cate Blanchett, soberba, camaleónica, uma vilã como mandam as boas regras dos blockbusters e o regresso (excelente, por sinal) de Karen Allen. Pontos contra: Shia LeBoeuf não convenceu, go figure e depois, aliens...? Não havia necessidade, pois não? Afinal, quando se metem aliens ao barulho dá sempre a impressão de que não havia mais ideias... Ou seja, a parte final do filme acaba por se tornar um pouco anti-climática e estraga, de certa forma, o que se passou antes. E aliens não se dão bem com Indiana Jones. Mesmo nada. E esse travo amargo ninguém mo tira. Quanto ao resto, bem, são duas horas de divertimento popular, impecavelmente conduzido, com tudo no lugar certo e a bater em todas as teclas adequadas. Hollywood no seu melhor. Ainda. Mas chegará? Ainda por cima a revisão há relativamente pouco tempo de "The Last Crusade" não veio ajudar nada porque, afinal, esse é o Grande Filme da saga. E este não...quinta-feira, 22 de maio de 2008
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Eu sofri por Euchrid Eucrow

Eu, Zorze, conheci o rebanho de hereges a quem dEUS* recusou desvelo. No rol de amigos feitos outrora constava o suicídio do padrasto na casa de banho, uma caçadeira apontada ao palato do filho atrofiado, o medo da mãe ver derramar o seu sangue escarlate, a namorada violada pelo primo trintão, os efeitos da droga na maioria deles até ao cair pesado do corpo. Na sorte abençoada de pouco ter para me queixar, convivi com as mais tortuosas histórias e vislumbramentos – desvaneceram-se aquando da minha partida. Todos eles viviam voltados para as costas fustigadas de dEUS. E acredito piamente que Ele ainda não olhou para a sua sombra…
O penoso lamento em vida de Euchrid Eucrow…
“Deus amadureceu. Ele não é o sujeito impulsivo e inflexível dos Testamentos - o negociante veemente de glórias, com o seu saco cheio de truques de Carnaval baratos, e a voz de trovão – o bufarinheiro, fogoso, de barbas ardentes e mãos-maravilha. Hoje em dia, Deus sabe o que Ele quer, e Ele sabe quem Ele quer. Se em toda a Sua majestade, Ele achar bem seleccionar-me como um instrumento do Seu grande plano, então, ê digo-te que deves estar pronto para receber, apreender e agir conforme as Suas instruções, sem quaisquer perguntas ou discussões. Ê era a sua espada, afiada e penetrante à medida para ferir. E cintilava ao sol.”
in E o Burro Viu o Anjo, de Nick Cave. Editorial Estampa.
Por fim, o comentário pertinente de um amigo viandante a esta obra genial: “Quão negra, atormentada e tenebrosa pode ser a alma de um homem?”
domingo, 18 de maio de 2008
Vicky Cristina Barcelona
Fonte: Diálgos retirados do Jornal Público
sábado, 17 de maio de 2008
Objet d'Art II
Continuando na senda da violência enquanto forma de arte e como complemento ao video dos Justice (estou à procura de substituto da versão youtube...), apresento aqui um dos seus antecessores directos, uma obra-prima saída das mentes perversas do grande Chris Cunningham e desse abençoado monstrengo da electrónica que é Richard D. James, ou Aphex Twin. O ambiente é o mesmo, a atmosfera de terror urbano, de pesadelo dos ghettos, de retorno a uma violência primeva destituída de qualquer justificação, onde o que resta é o look. O video dos Justice vem aqui beber muita dessa inspiração e aponta-a directamente à realidade. Aqui, o que conta é de outra feitura, estamos no reino da Arte e a realidade, essa, vale o que vale. Absolutamente contemporâneo, absolutamente genial.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Objet d'Art
justice stress (official video)
Com este objecto estranho e provocante, aberto a todas as interpretações, todo os pontos de vista, os Justice puseram-se nas bocas do mundo. Chama-se "Stress" e foi realizado por Romain Gavras, filho de Costa Gavras. Rios de tinta já foram derramados por causa destes 6 minutos, e a França está dividida, em especial nesta era Sarkozy. Joga com vários temas muito pouco confortáveis nestes dias pós-tudo-e-mais-alguma-coisa-depois-do-11-de-Setembro: Violência, Racismo, Hooliganismo, desespero urbano, imigração, desenraizamento e por aí adiante. Mas vejam e decidam. Uma coisa é certa: a música, essa, é muito boa...
quinta-feira, 15 de maio de 2008
C/O/M/P/I/L/A/Ç/Ã/O
Uma compilação dos melhores momentos musicais que por aí andam, para as orelhas dos excelsos membros do Lounge Art (e demais orelhas circundantes...). A saber:Cannes 2008
Waltz with Bashir
Já esta manhã foi a Argentina que esteve em destaque com o filme “Leonera” de Pablo Trapero e que conta com a participação especial de Rodrigo Santoro.A história gira à volta de uma mulher grávida que é presa por ser acusada de ter assassinado o seu namorado.Aplaudido com muito entusiasmo, este filme é mais uma boa promessa do bom cinema que a Argentina tem vindo a desenvolver nestes últimos tempos.
Leonera
quarta-feira, 14 de maio de 2008
The Black Donnellys

A série mostra a vida de quatro jovens descendentes de Irlandeses em Nova Iorque e o envolvimento dos quatro com o mundo do crime organizado. A história é narrada por um amigo de infância dos jovens, Joey "Ice Cream". Os criadores desta série são Paul Haggis e Robert( Bobby ) Moresco. Vi o episódio piloto a semana passada ( 4ª feira Fox Crime - 22.15 ) e confesso que fiquei com vontade de mais. Talvez por ter visto recentemente WE OWN THE NIGHT, não consegui deixar de comparar as 2 histórias. Encontramos no entanto numa e noutra percursos de vida opostos. No caso da série temos uma personagem que passa de moralista a gangster. No filme assistimos a uma personagem que renuncia a um mundo de vícios e rende-se a um mundo de presumível justiça policial. Mas no fundo, a questão que se coloca é a seguinte: o que provoca a mudança? (A resposta, no meu entender, une a série ao filme.) - A família. Dois homens que se entregam a um instinto que ultrapassa tudo o resto. É no fundo uma questão de sangue. Suor e lágrimas, acrescento eu.
Uh...? What?!

Às vezes descobrem-se na Internet coisas verdadeiramente surpreendentes. Contra todas as expectativas, dei por mim a ir hoje para o trabalho a ouvir fado. Sim... é verdade!
Concluo, aproveitando para dizer que o álbum pode ser obtido por 10€ (portes de envio já incluídos) no site da editora Thisco (http://www.thisco.net/portugues.htm).
PORTISHEAD - THE RIP...
Os Portishead acabaram de lançar o 2º single do novo álbum Third. The Rip... foi a escolha.
terça-feira, 13 de maio de 2008
Abraham Lincoln por Steven Spielberg
Steven Spielberg vai filmar uma biopic sobre a vida de Abraham Lincoln, fazendo coincidir a estreia com a celebração dos 200 anos do nascimento do 16º Presidente Americano. Lincoln foi presidente entre 1861 a 1865 tendo sido assassinado a 1 de Abril de 1865 pelo actor sulista John Wilkes Booth. O actor Liam Neeson foi o actor escolhido para dar corpo ao presidente Abraham Lincoln. O começo das gravações será em 2009 depois da adaptação ao cinema de Tintin.
Semper Fidelis
Um regresso em excelente forma, o de Peter Greenaway, ausente para todos os efeitos, desde 1999. Chama-se "Nightwatching" e é uma elaboração fantasiosa acerca da criação da famosa "Ronda Nocturna" de Rembrandt. E dá a Martin Freeman, sim o do "The Office" original, oportunidade para um grande papel. E é, para não variar, um festim para os olhos e para os ouvidos. Um filme tão absolutamente diferente de tudo o resto...
sexta-feira, 9 de maio de 2008
DVD PARA O FDS ( Apocalypse Now )
Eis um filme que fica na memória de quem viu. Apocalypse Now de Francis Ford Coppola é sem dúvida um marco na história do cinema mundial. Já agora, quem não se lembra da célebre parte do filme em que um ataque efectuado por helicópteros é feito ao som da Dança das Valquírias? É por esta razão e por muitas outras que eu escolhi este como O DVD do fds.
Dança das Valquírias aos olhos de Francis Ford Coppola:
MÚSICA DE FDS ( SANTOGOLD )
quarta-feira, 7 de maio de 2008
A Noite é Nossa
Em primeiro lugar, o que me irritou neste filme: a total e absoluta falta de humor, a sisudez, a seriedade levada ao extremo, a ausência de ironia, qualquer coisa que afastasse aquela noção de Obra Séria, muito metida consigo própria. Um preço a pagar por ter Joaquin Phoenix e Mark Wahlberg juntos. Mas, enfim, uma outra marca de James Gray. Quanto ao resto, temos um bom filme, sólido na sua construção académica, na forma de contar uma história à boa velha maneira de uma Hollywood que deixou de existir aí por volta dos anos 70 do século XX. É um filme sobre a família, como todos os filmes de Gray, aliás, uma espécie de retorno do filho pródigo, de assunção do sangue como elemento do destino, inescapável e motor de tragédia. A personagem de Phoenix é sintomática deste tipo de convenção: se ele começa o filme como uma pessoa inteira, fora da linha de conduta da família, acaba como parte dessa conduta, mas uma pessoa amputada, que perdeu parte da sua personalidade. É nesse jogo que o filme ganha a sua distinção. Como já se percebeu, este é um mundo de homens, onde as mulheres não pertencem, o que condena Eva Mendes a não ser mais do que um mero papel decorativo, irrelevante no conjunto da história. Por um lado, quase que queremos que ela se torne na Sharon Stone do "Casino" do Scorcese, mas, bem, Ms. Mendes é uma mulher linda, mas quanto aos seus dotes de actriz, estamos conversados... Para não variar, tudo falha no final, quando Gray parece não ser capaz de sustentar o dispositivo do filme e deixa cair tudo numa banalidade rotineira, típica do mais moderno cinema de Hollywood. E é triste, porque o realizador quase que leva o seu barco a bom porto. De qualquer forma, é sempre um prazer assistir a bons actores a desempenharem o seu mester com gosto e empenho, sendo que Phoenix é um grande, grande actor, do qual vamos ver, de certeza, muitas coisas boas no futuro... Quanto a James Gray, esperemos para ver o mais recente "Two Lovers", com Phoenix (outra vez) e Gwyneth Paltrow, a estrear em Cannes. terça-feira, 6 de maio de 2008
THE DARK KNIGHT

E viva a Suécia!

domingo, 4 de maio de 2008
sábado, 3 de maio de 2008
The Meaning of Life
O mundo dos videojogos também tem os seus blockbusters. É assim com a série Grand Theft Auto (que lançou o quarto capítulo há dias), Half-Life, Age of Empires... só para nomear alguns. Mas nenhum conseguiu chegar a um público tão diversificado como a série Sims.quarta-feira, 30 de abril de 2008
Great Expectations
Ser feminista por M.T.H.

A minha tarde de Março (2004) em casa de Maria Teresa Horta* foi dos momentos mais enriquecedores da minha vida. Aprendi muito em poucas horas de convivência. Enquanto homem que sou e, como tal, curioso dos mistérios do sexo oposto, penso ter absorvido a melhor definição sobre o que é ser feminista!
(Maria Teresa Horta) Não sou militante, Zorze, sou feminista! Mas há uma ideia concebida que uma feminista não gosta de homens - é falso! Eu vivo apaixonada por um homem há 40 anos; tenho um filho e dois netos - todos rapazes! Tenho uma vida de casa perfeitamente normal: cozinho todos os dias, passo a ferro, lavo e faço isso tudo. Sou uma pessoa meiga, terna, doce e avó-galinha como lhe digo. Dizem que as mulheres feministas são todas horríveis, feias, amargas e ninguém as ama ou quer ir com elas para a cama. O que é isto? Uma feminista não é uma mulher muito feminina? É mais feminina do que qualquer das outras!
* A afirmação da ser feminina, bem como uma vigorosa sensualidade, ganharam asas nas páginas dos seus livros. Dirigiu o ABC Cine-Clube, fez parte do grupo Poesia 61 e colaborou em inúmeros jornais e revistas. Em 1972, foi julgada por atentado ao pudor quando, em conjunto com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, escreveu Novas Cartas Portuguesas: o hino da libertação sexual das mulheres! Felizmente, a justiça prevaleceu (a custo da pressão internacional, diga-se de passagem!) e as “Três Marias” foram libertadas aquando do 25 de Abril.
terça-feira, 29 de abril de 2008
MENSAGEM

Fernando Pessoa reconhece os feitos do passado mas sublinha a necessidade de um futuro à altura das capacidades dos Portugueses. O que está feito, feito está. O apelo presente na Mensagem é exactamente o apelo à ousadia, mas desta vez espiritual. Vão-se os anéis, ficam os dedos. As riquezas das conquistas não permanecem para sempre. O que irá permanecer será a cultura em forma de Arte. É este o verdadeiro apelo de Pessoa: um “ Às Armas!” substituído por “ Às Artes!”. Talvez por isso a importância do agora. A Mensagem foi a única obra publicada durante a vida de Pessoa. A crença de que os Portugueses têm uma missão é a maior prova do patriotismo Pessoano. A concretização de um Quinto Império seria a derradeira prova de que Portugal é realmente “Nação valente e imortal"!
A tribo na voz

Nascida em Novembro de 1956 na Karasjok Norueguesa, na pequena aldeia de Gamehhisnjarga, Mari Boine cresceu no seio de uma casa conservadora, oprimida pela segregação cristã contra as tradições preservadas a custo pela etnia nativa Sámi, e assim dividida pelo apego a uma família feita sobre pilares extremosamente pios - o pai era cristão Laestadiano fervoroso - e a alegria inata de cantar, dançar e servir de fio condutor às vibrações que animam os habitantes da Finnmark.
Em 1989, pela Real World de Peter Gabriel, lança Gula Gula, um primeiro trabalho com expressão internacional, caracterizado pela fusão entre o jazz e a joik, ritmo primordial da região e cultura Sámi. À data da edição deste álbum, Boine participa activamente em manifestações pró- Sámi, tendo chegado a desafiar a então primeiro-ministro, Gro Harlem Brundtland, a apresentar um pedido de desculpas em nome do Estado Norueguês pelas décadas de repressão e quase eugenia praticadas sobre as minorias que habitam o extremo Norte do país. As suas gravações de 1985, compiladas sob o título Juskatvuoa Manna, nunca chegam a conhecer edição fora da Noruega.
Dali até hoje, com uma dezena de álbuns propelidos ao estatuto de referência inevitável na world music, Boine confere coerência à sua obra fazendo-se suplantar na execução pela companhia de profissionais (Gjermund Silset, Helge Norbakken, Hege Rimestad) que já não podem ser considerados alvo da crítica, e não se atendo à condição cliché de cantora contestatária que jamais exorbita das suas raízes. De facto, Eight Seasons e Idjagiedas são marcos na carreira de Mari Boine em que podem ser ouvidas (em boa verdade, atropelam o ouvinte) incursões por linhas onde a estepe e a tundra se fundem com viagens pela estratosfera de olhos postos em sessões de xamanismo que fazem pensar em Lisa Gerrard à fogueira, possuída por espíritos do ar, com Bill Frisell à guitarra. Aterrador de tão gutural. Geotérmico.
Colaborando com Jan Garbarek, Sergei Starostin, e Anders Porsanen em projectos independentes, eclectiza ainda mais o espectro das influências presentes em Idjagiedas (que pôde apresentar a 16 de Fevereiro de 2008 na Culturgest) e faz-nos crer que haverá ainda muito a construir no denso ar entre a voz e os tambores. Citando-a,
"Não posso representar um povo inteiro. Mas posso contar a minha história como Sami e dessa forma contar parte da história do povo Sami. Nas minhas canções posso descrever a dor da opressão, a luta para ganhar o respeito próprio, mas também a alegria de crescer numa cultura que tem uma ligação tão forte com a natureza”.
A música pode tocar-nos de uma forma insuspeita. Pode oferecer significados, mas pode também criar momentos que não conseguimos definir. A música pode confundir-nos, mas também pode fazer-‑nos sentir felizes, exaltar-nos espiritualmente ou enriquecer-nos."
JOE STRUMMER - THE FUTURE IS UNWRITTEN - Julien Temple

Para não haver dúvidas
Kelley Polar: Chrysanthemum
"I Need You To Hold On While The Sky Is Falling"
Environ, 2008
segunda-feira, 28 de abril de 2008
No Coração da Noite
O que é a música electrónica? Apenas sons extraídos de máquinas? Batidas mecânicas sem alma, nem calor? Os Kraftwerk, portanto… Pois, nem tanto. Aliás, nada mesmo. De certa forma, o grande desafio posto aos cultores da electrónica foi justamente esse, dar alma às máquinas. O Disco foi instrumental nesse propósito, porque conseguiu que, através dos sintetizadores e do seu ritmo, nascesse esse calor, esse suplemento de alma que foi criador de sensualidade, suor, movimento, luxúria, emoções todas elas muito humanas. Pioneiros como Patrick Cowley, Giorgio Moroder, Paul Parker e Arthur Russell tiveram como trunfo a invenção dessa possibilidade, digamos, orgânica, da música electrónica. Desde esse período fundador, muitos outros trilharam esse caminho, com maior ou menor sucesso, e fizeram da electrónica a moeda corrente da música contemporânea. Para o bem e para o mal. Serve todo este intróito para reforçar uma ideia já aqui expressa em outras ocasiões: a importância do Disco como linguagem fundadora e universal da música electrónica, e como fonte de onde muitos artistas, bem no centro da modernidade, vão beber a inspiração para criarem obras de excepção, absolutamente contemporâneas. Já aqui se falou dos Glass Candy, mas há outros nesta onda: Lindström & Prins Thomas, Chromatics, Hercules And Love Affair, Junior Boys, Sally Shapiro, Unai, Gui Boratto, The Presets… E, naturalmente, a razão para este arrazoado, o americano nascido na Croácia, Kelley Polar, de quem foi recentemente editado o segundo álbum “I Need You To Hold On While The Sky Is Falling”. Polar pega em todos estes pressupostos e cria um universo pop muito particular, bebendo em Arthur Russell, um dos pioneiros, muita da inspiração para a sua música. Tal como Russell, também Polar tem formação musical clássica, neste caso o violoncelo, e esse sentido de proporção, de rigor quase geométrico associado à música clássica é transposto para estas canções. Mais do que provocar um frenesim conducente à loucura nas pistas de dança, o que interessa a Polar é a construção de melodias irrepreensíveis. Estas são canções elegantes e pessoais, contidas, mas tendo como base uma utilização ousada dos recursos típicos do Disco, os arranjos de cordas, os instrumentos clássicos (o violoncelo, et pour cause…), as harmonias, todo um sentido teatral e dramático que faz parte integrante do seu imaginário. Tudo isto envolvido por doces nuances electrónicas, breves pinceladas digitais que enchem de cor e vida uma forma de abordar a vida e a música por vezes tingida de um existencialismo negro e sem esperança, altamente cerebralizado. Tal como nos casos dos Chromatics e dos Glass Candy, não é bem ao paraíso que se pretende chegar, mas ao coração da noite, com tudo o que isso implica, para o bem e para o mal. Este segundo álbum é tudo isto, mas numa forma já mais polida, mais sofisticada, mais consciente. Para ir à raiz, recomenda-se o primeiro álbum de Polar, “Love Songs Of The Hanging Gardens”, de 2005, esse sim uma verdadeira caixinha de surpresas, onde se pode assistir, em assombro, ao revelar de um universo inesperado e cheio de tesouros, estranhos e belos, com contraponto inesperado de violoncelo. A música electrónica é uma coisa mecânica e sem alma? Nem por sombras… Recomendo a audição da faixa 3 de “… The Sky Is Falling”, “Entropy Reigns (In The Celestial City)” onde tudo isto se torna carne e vive. domingo, 27 de abril de 2008
Quando a Noite Cai (com um grande estrondo...)
Um curioso exercício em como paulatinamente dar cabo de tudo o que de bom um filme pode ter. Basta olhar para o elenco, não é de deixar qualquer um a salivar de antecipação? Um objecto de prestígio, um âncora literária fortíssima (romance de Susan Minot, adaptado por Michael Cunningham...), um realizador estabelecido, enfim, estaria tudo lá. Estaria. Mas não está. Não está porque o filme é um prodígio visual, brilhante de academismo à Inglesa (e eu confesso-me devoto dessa qualidade BBC quase automática que, por vezes, tolhe o cinema inglês...) mas absolutamente vazio de conteúdo, de acção, de interesse. Um regalo para os olhos, à custa de nada se passar, de nada ser permitido para não estragar o embrulho que parece ser a única preocupação de toda a gente, em especial do realizador, Lajos Koltai, um dos mais reputados directores de fotografia actuais, famoso pelos seus trabalhos com Istvan Szabo e Giuseppe Tornatore, mas que aqui se esquece que um filme é mais do que enquadramentos e filtros. Este é um daqueles casos em que o espectador chega a ficar furioso com o que se está a passar no écran, porque rapidamente se entra naquela dimensão do "Oh deuses, se isto fosse feito por...", que é fatal para qualquer filme. E depois, bem, deixamos de querer saber. Glenn Close, Meryl Streep, Vanessa Redgrave e Toni Collette juntas? Who cares? O filme arrasta-se e acaba. Ponto final. O sentido de desperdício é enorme e o objectivo de tudo aquilo é perdido algures numa névoa de casas brancas, mares azuis e mansões imaculadas; num niilismo paralisante, como se Henry James tivesse sido pontapeado nas partes pudendas. E o aborrecimento. Muito. Tivesse vindo James Ivory para pegar na história e estas linhas teriam um outro sentido. Mesmo Ang Lee teria feito algo melhor, ele que faz tudo bem. Assim, o que nos resta é sonhar com o que poderia ter sido...sábado, 26 de abril de 2008
Burrices...
Não sei se foi pelo cheirinho a Verão dos últimos dias ou pela vontade de que cheguem as férias... mas acabei por dar comigo a ver "Fool's Gold".I know, I know...
Ok, vamos já pôr os pontos nos ii: é um filme de caca... Mas a sua mais valia (para além do convidativo cenário onde se desenrola) é exactamente não estar com peneiras e estar envolto numa aura de estupidez veraneana que acaba por resultar... sort of. Uma espécie de anúncio da Malibu com duas horas.
Ou seja - e sem desejar alongar-me demasiado nisto - não é para se levar a sério e assume isso à partida. Vale pelas tiradas humorísticas que temperam a aventura, mas também não possui muito mais que isso. A sensação de caça ao tesouro não convence e já começa a chatear ver o Matthew a queimar a imagem neste tipo de filmes.
Por outro lado, há já muito tempo que não via uma personagem tão deliciosamente burra como a moçoila que surge algures a meio do filme (Alexis Dziena a fazer de filha rica, irritante e confrangedoramente oca de Donald Sutherland).
Para quem quiser ver, a recomendação é: ir com baixas expectativas.
It's probably for the best...
PS: Que me perdoem os restantes loungerianos por esta pequena falta.














