sábado, 30 de agosto de 2008

Ambição Sem Limites

Hoje em dia é pouco provável que alguém minimamente informado ainda não tenha ouvido falar no jogo "The Sims". Um simulador da vida quotidiana, com um conceito tão simples e básico que alcançou uma popularidade tremenda e é, actualmente, o jogo mais vendido de sempre. Já aqui falei da terceira incursão, que chegará às lojas lá para início do próximo ano, ainda mais complexa e ambiciosa.
Mas isso agora não interessa nada. Interessa, isso sim, falar da nova produção de Will Wright, a mente visionária por detrás da criação de "The Sims": chama-se "Spore" e é a ambição em forma de jogo.
É que, ao contrário da simulação da vida quotidiana de todos nós, "Spore" propõe-nos nada mais nada menos do que a simulação da vida, ponto final. Desde o seu aparecimento sob a forma de pequenas células até à conquista espacial. E o mais interessante é que nós podemos controlar e decidir TUDO.
O jogo adopta a teoria da panspermia, ou seja, que a vida na Terra surgiu devido à queda de um meteorito que trazia consigo as "sementes" da existência. Depois, entramos no jogo propriamente dito, que se divide em 5 fases.
Na primeira - fase celular - decidimos se queremos que o nosso bichinho seja carnívoro ou herbívoro. Depois é só comer células e ir crescendo (em traços muito gerais).
Na fase de criatura entramos em contacto com o fabuloso editor que a Maxis criou. Podemos criar a nossa criatura como bem entendermos. Querem uma criatura com 10 pernas? Ok, ela vai ser muito rápida. Querem que a vossa criatura seja uma cabeça saltitona com 200 olhos? E porque não? E que tal uma com os olhos no rabo e a boca nas costas, duas asas na testa, dois braços a penderem-lhe da barriga, uma carapaça a revestir o dorso e duas tetas a pender-lhe do local onde deveriam estar as pernas? Sim, também é possível. Aqui não há (muitos) limites. Depois faz-se o que as criaturas selvagens fazem: caça-se, ruge-se (ou silva-se, ou muge-se, ou brada-se, ou berra-se ou lá o que quiserem), evita-se ser comido, acasala-se.
A fase seguinte é a tribal: o cérebro da nossa criatura está mais desenvolvido e chega a altura de passarmos a controlar comunidades. Surgem os primeiros instrumentos, batalhas, profissões e desenvolve-se a linguagem à medida que se contacta com outras comunidades (criadas pelo jogo ou por outros jogadores).
Na fase de civilização a nossa tribo passa a cidade moderna e o objectivo é... dominar o mundo! Muahahaha! É possível criar casas, carros, barcos, aviões, aeronaves a nosso bel-prazer. Podemos conquistar outras civilizações pela guerra, pela economia ou pela religião. A tecnologia evolui a olhos vistos e prepara-se para a fase final. Surge o editor de OVNIS.
A última fase é a espacial. O nosso pequeno planeta já não é suficiente (ou foi dramaticamente destruido pela nossa poluição) e o universo revela-se como o próximo objectivo. Podemos até alterar os planetas que pretendemos colonizar. Podemos raptar seres de outros mundos ou até colocar monólitos (uma piscadela de olho a 2001 - A Space Odyssey) para estimular o desenvolvimento de vida inteligente. Quando obtemos a possibilidade de fazer viagens inter-estelares, passamos a ter à nossa disposição os cerca de 500 mil mundos que povoam a nossa galáxia (onde também é possível ver nébulas, supernovas, buracos negros, etc).
Chega a ser assustador, tanta liberdade e tantas possibilidades. Mas é incrivelmente simples e intuitivo, tal como "The Sims" já era.
Este é, sem sombra de dúvidas, o jogo mais ambicioso de sempre. E é uma aposta ganha. Resta saber se irá destronar "The Sims".
PS: A banda sonora é composta por Brian Eno, um dos mestres da música ambiente.

1 comentário:

rosa disse...

já cá canta!

estou na ultima fase, na espacial.
finalmente estou a viver o meu sonho de infância de ser astronauta...

é a lócura!