domingo, 13 de abril de 2008

Quem conta um conto...


Este "Vantage Point" saiu-me bem melhor do que eu esperava.
Tudo gira à volta de uma tentativa de assassinato do Presidente dos EUA aquando da sua participação numa conferência em Espanha sobre a guerra contra o terrorismo. Situada numa realidade pós 11 de Setembro (a qual começa a ser já um lugar comum nos filmes...) em que o terrorismo é a companhia diária para a hora de jantar, não deixa de ser algo que nos leva a repensar nas loucuras dos dias que correm e no que certas pessoas estão dispostas a fazer por uma causa, quer seja um ideal político e religioso, quer seja a protecção de uma única pessoa até às últimas consequências.
A pièce de résistance de "Vantage Point" não é a sua história banal... é antes a forma como é contada. O atentado é contado do ponto de vista de 6 pessoas diferentes: o da equipa de reportagem que filma a conferência; o do guarda-costas do Presidente; o de um polícia espanhol; o de um turista americano que, sem querer, filma algo que não deve; o do Presidente; e o dos próprios terroristas.
Isto quer dizer somos baleados por sucessivos flashbacks, todos eles trazendo novos dados e mais uma peça do puzzle. Esta é, a meio do filme, a sua maior fraqueza. Ao final do 3º flashback e após mais uma nuvem de fumo ficamos a pensar "hum... isto já evoluia para uma situação nova".
Mas quando finalmente todas as cartas estão em cima da mesa, somos prendados com uma das mais alucinadas perseguições dos últimos tempos pelas estreitas ruas de Salamanca. A velocidade é vertiginosa e os stunts automobilísticos completamente descabidos... mas que importa isso!? Entretém, sem qualquer dúvida e é sempre agradável ver um filme recompor-se quando já temiamos vê-lo a descambar.
No centro de todo este filme situado algures entre o morno e o quente, está um elenco de luxo: Dennis Quaid, Matthew Fox, Forest Whitaker, Sigourney Weaver, William Hurt e Bruce McGill.
O desenlace dá-se graças a um conjunto de circunstâncias e ao acaso, no fundo, o mesmo que cruzou a vida de todas aquelas pessoas.
Apesar de não definir nada, também não envergonha. Gostei. Mas pronto, este é o meu ponto de vista...

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