quarta-feira, 23 de abril de 2008

Candy Shop


Novo álbum da Senhora e, portanto, nova reinvenção. Desta vez com ritmos timbalandianos e o hip-hop e o R&B a espreitarem a cada nota musical. Com Hard Candy Madonna aproxima-se assim das novas tendências musicais urbanas. Não lhe fica mal... mas continuo a preferir o Confessions.
O primeiro single foi o morno "Beat Goes On", que a maioria já deve ter esquecido e que faz parte do alinhamento final do disco. Mas o segundo single já demonstra que apesar da idade, a Material Girl continua aí para as curvas. O contributo do mestre do ritmo, Timbaland himself, e a parceria com Justin Timberlake são uma aposta ganha em "4 Minutes", pequena gema sonora estilizada ao pormenor.
Com tanta gente envolvida na produção do álbum, prespassa ao longo destes 50 e poucos minutos, um agradável ritmo de música de dança o que torna a coisa instantaneamente reconhecível: sim, é a Madonna. Porque embora a Senhora fuja a sete pés do obsoletismo, há coisas que não mudam. "Give It 2 Me" é agradavelmente funk e "Dance 2night" segue pelo mesmo caminho, com o seu ritmo sensual e nocturno.
Depois da loucura para pista de dança de Confessions, a nova sonoridade de Madonna apanha os fãs desprevenidos, mas tudo acaba por ser lhe ser permitido. Não é assim mesmo com tudo o que é bom e de que gostamos?

10 comentários:

FMS disse...

Agradavelmente não leva acento

DesprevEnidos

Pá... cuidado.

Anónimo disse...

Tu não deixas passar uma... Lol. Mais um para a Senhora facturar uns milhares de dólares. Um abraço.

Monsieur Le Marquis disse...

Algumas considerações breves:
Em primeiro lugar, a Senhora é e será sempre a Senhora e devemos-lhe toda a nossa Devoção e todo o nosso Amor. Incondicional e sem discussão. Em segundo lugar, embora perceba a intenção da capa, confesso alguma irritação para com a mesma. Pode ser-se demasiado pós-seja-o-que-for? Quanto ao resto, não me parece que se trate aqui de reinvenção, talvez mais uma bem estudada manobra de resgate do mercado americano, perdido há já bastante tempo por Mrs. Ritchie. Que tudo isso seja servido com um nível bastante elevado de qualidade musical é que é a boa nova. Ouve-se realmente muito bem, "4 Minutes" é um single portentoso e Timbaland tem mesmo qualquer coisa de parecido a um toque de Midas. De resto, temos um disco muito funk e R&B, mutante e nocturno, a puxar à anca e à carne. A Senhora tem 50 anos e, a julgar pela energia e pela imaginação renovada aqui mostradas, estará entre nós por muito, muito tempo. Enquanto um dos fiéis, cá estarei para lhe prodigalizar as homenagens devidas. Amen.

FMS disse...

Tal como o melhor argumento contra a democracia é uma conversa de 5 minutos com um eleitor, tb a pop é largamente sobrevalorizada - ou antes, vale o que vale.

Monsieur Le Marquis disse...

A Pop é o que nos eleva acima do negrume e da fealdade da vida que levamos, por isso nunca poderá ser sobrevalorizada. Fora ela, o que nos resta? A Religião? Além disso, uma boa canção pop é sempre um retrato muito fiel de um determinado momento no tempo (ver e ouvir Pet Shop Boys, Momus, Black Box Recorder e seus semelhantes). Por isso, sim, vale o que vale, o que é muito. Quanto à democracia, bem, nunca ninguém pensou que é mais do que um grande embuste, pois não? FMS é sinónimo de PMS?

Crumblenaut disse...

Bom, não sei quem corrigiu o texto antes de mim... mas obrigado... I guess.

FMS disse...

Começa cedo :D

Anónimo disse...

Crumble, não estavas tu a imaginar que o teu post sobre o novo albúm da Senhora pudesse provocar tantas reações.As diferentes opniões são de salutar, e são elas que dão vida a este espaço.Um abraço.

FMS disse...

Quando vejo argumentos ad hominem, fico logo com uma sensação de descanso...

Monsieur Le Marquis disse...

A Senhora puxa naturalmente ao ad hominem. Não me parece interessante entretecer estas grinaldas verbais com qualquer tipo de ad verecundiam. A hera venenosa é bastamente mais divertida como ornamento de uma discussão sobre Madonna, n'est pas?