terça-feira, 29 de julho de 2008

Electrólise


Em Setembro chega a segunda incursão a solo de Morgan Geist.
"Double Night Time".
Desta vez, com capacidade de vingar, ou não tivessem algumas faixas a presença da voz sussurada Jeremy Greenspan, dos Junior Boys.
A considerar atentamente.
PS: E por falar nos Junior Boys, desta vez não me escapam!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Pop Galore

A irmã mais velha e estilosa das Girls Aloud?

A prima perdida da Roisin Murphy?

A Kylie escandinava?

Não interessa. É perfeição POP absoluta!

Annie: I Know UR Girlfriend Hates Me

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Summer Essentials IV

No rescaldo de uma visita nocturna recente à capital do Império, (re)apareceu-me este álbum dos Metro Area, originalmente editado em 2002. E porquê? Porque este é um disco de música de cidade, para ser ouvido em avenidas, por entre os arranha-céus de aço e vidro. Este é um som de espaços fechados, de proximidades e de respirações ofegantes, um mundo criado e prenhe das atmosferas dos clubes nocturnos. Estranhamente, é o tipo de música que parece deslocado no campo, na praia, ou até mesmo no leitor do carro... Os Metro Area combinam doses maciças de disco, ondas de funk, e aqui e ali uns pozinhos essenciais de new-wave e synthpop, para servirem de cúpula à coisa. O que acontece é que a seguir retiram de cada faixa tudo o que é excedente até se ficar apenas com os seus elementos essenciais. Apesar de estarem associados a alguma microhouse e a uma atenção à economia musical, nunca sobrecarregam a música aqui presente com qualquer tipo de bagagem teórica. É como se não quisessem que qualquer tipo de imperfeição e/ou distracção manchasse a limpidez da sua produção. O resultado é um som elegantemente produzido e com um sentido de ritmo inatacável e um calor que se sente fluir através da conjugação das electrónicas com os elementos artesanais, incluíndo (e aqui, numa nota pessoal, eles ganharam a parada...) as cordas do Kelley Polar String Quartet. É este equilíbrio que faz o disco ser o triunfo que é. Aliás, estas faixas soam tão bem e conjugam influências tão díspares que, por vezes, quase seria desejável a existência de vozes para animar ainda mais o ambiente. Não é que as faixas não funcionem suficientemente por elas próprias. Conseguimos facilmente absorver a elegância dos seus espaços e admirar as variações ritmicas que se estabelecem entre si. A questão é que alguns destes acordes e padrões ritmicos são tão profundamente pop que acaba por ser quase um sacrilégio deixar as vozes de fora. De qualquer forma, summer in the city, em grande estilo graças a Morgan Geist e Darshan Desrani. Façam como eu, ponham o ipod a funcionar e percorram as avenidas novas numa noite de como as que têm estado ultimamente e deixem-se ir. Uma pequena paragem no café do Maria Matos deverá ajudar a mais uns momentos de prazer...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Brideshead Revisited, Revisited



Algures no final de 2008, início de 2009.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Where Do I Put It?



É pop?
É electro?
É urbano?
É hip-hop?
É... errr... classificável?

"Nightwatcher"
by Alan Braxe (feat. Killa Kela & Fallon)

Bang Bang Crash Boom

O guilty pleasure deste Verão!

domingo, 13 de julho de 2008

Summer Essentials (Hors-Série)

Intrigado pela sugestão do Crumblenaut (uma das poucas pessoas no mundo que teve acesso quase ilimitado à caverna de Ali Babá que é a Music Room do Senhor Marquês) e no seguimento de uma noite passada no Beach Club da Praia Atlântica, em Soltroia, a sofrer a actuação de uma daquelas bandas de bar que têm como norma criar um mínimo denominador comum musical e depois tocar tudo, absolutamente tudo, nesse espartilho sonoro easy-listening-tropical-bem-disposto-ora-venha-lá-a-cantoria-lá-lá-lá, regressei a este Caracol do francês Alexkid. Editado em 2006 pela influente F Communications, é o terceiro album de Monsieur Alexis Mauri, um DJ, programador e criador de excelente música electrónica que tem como maior particularidade o facto de nunca se afastar em demasia dos instrumentos acústicos que foram a base da sua formação musical. Assim, temos um Caracol multifacetado, tendo por base uma estrutura techno minimalista, com breves passagens pelo house mais sofísticado, com laivos de electro deixados aqui e ali, pontuando estruturas rítmicas quase hipnóticas, a fazer lembrar gente como Richie Hawtin, mas sem entrar no cerebralismo do mestre canadiano. Estamos aqui no território da música de dança, como é óbvio, mas quem disse que para dançar é preciso desligar o cérebro? Basta ouvir a faixa 02, Decibelly, para nos deixarmos enlevar pela estrutura quase arquitectónica da música e sermos transportados para um universo paralelo de verdadeiro chic amoral e epidérmico, larger than life. E, afinal, o que é o Verão se não isso mesmo? O que nos traz de volta ao Beach Club de Soltroia, rodeado das upper classes lusas em férias, vestidas de branco, a fingir que está tudo bem neste recanto à beira-mar plantado. Pais por um lado, hordas de teenagers clonados dos Morangos com Açucar por outro, e a falta que faz um disco como este Caracol para transformar tudo aquilo numa realidade mais visceral e interessante. Sim, os teenagers-clones bebidos, devidamente drogados e aborrecidos (mas não aborrecidos, se me faço entender...), mergulhados num negrume existencial profundo, abandonados aos piores e mais excitantes vícios num cenário maravilhoso de luxo decadente. Isso seria interessante. Quanto aos pais, bem, jogariam bridge, canasta ou mahjong e estariam ausentes, comme il faut. No parque de estacionamento, os Bentleys, Hummers, Porsches, Range Rovers e demais descapotáveis teriam outro brilho. But I digress... Assim, vou ouvir Decibelly até quase acreditar que este país pode ser interessante. Au revoir.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Summer Essentials III

Porque parar é morrer, mais um tomo nesta saga sonora estival. Desta vez, um dos navios almirantes da Kompakt, essa caixa de Pandora de delícias sonoras electrónicas, rainha entre todas as casas que fazem das máquinas o seu mantra. O nome do senhor é Gui Boratto, é brasileiro, é produtor e trabalhou com gente altamente improvável antes de ter dado ao mundo este couraçado ritmico, absoluto ariete sonoro, imparável objecto de cutânea aderência (delírio, delírio...) e inescapável luxúria dançante. Estão a ver, portanto... Seu Boratto apresenta uma derivação sónica das ondas sonoras reinantes no presente, incluíndo techno, electro, minimalismo, house, breakbeat et al. para formar um som texturado, capaz de conciliar vários ritmos numa mesma faixa, puxando para a pista de dança e para o lounge num mesmo sopro. São partículas sonoras em suspensão que são atiradas ao ar e feitas em virotes, criando sons quase trance com espaço suficiente entre si para deixar que sejam elitidos de modo a criarem arranjos próprios, levando estas faixas para outra dimensão que excede em muito a de uma normal pista de dança. É como se Boratto criasse um Carnaval de sons que do original brasileiro retirou o sentido do ritmo e a capacidade de criar movimento, fazendo pensar num Verão ácido que nunca mais acaba, de cocktail na mão a olhar para o fim do mundo. Um conjunto de faixas que torna difícil a escolha de uma delas em particular, deixando instalar-se uma visão de conjunto plenamente satisfatória. Que os calores nos acompanhem por muito tempo!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Summer Essentials II

Novo capítulo nestes summer essentials. É como se fosse uma continuação do anterior, todo ele breezy e leve, muito contemporâneo na sua estética manta de retalhos, bebendo a inspiração em tudo aquilo que pode soar bem ao ouvido do Criador. Neste caso, Sasse, com o seu álbum de estreia Made Within The Upper Stairs of Heaven, de 2006. Sasse é o nom de plume do finlandês Klas Lindblad, um homem das electrónicas, que trabalha a partir de Berlim, usando uma profusão de nomes para os seus esforços musicais. Neste álbum, partindo de uma base que se pode classificar como IDM, Sasse constrói um caleidoscópio sonoro que inclui house music, electro, techno, elaborações disco à la Giorgio Moroder e muito e glorioso italo disco. Ah, e o traço fundamental do álbum, muita influência brasileira, muito tropicalismo, muita bossanova, cantada em português do outro lado do oceano. Verão? Sem mais! Os pratos fortes, conhecidos dos melómanos mais atentos, incluem "Soul Sounds", "Losing Touch" e "Up To You", maxis demolidores que fizeram mossas nas pistas de dança e ainda hoje causam frissom. Para banda sonora de Verão, absolutamente perfeito!
To be continued...

domingo, 6 de julho de 2008

Bowie Gets the Treatment!


David Bowie "coberto" por malta das electrónicas!?

Matthew Dear, Carl Craig, Kelley Polar, Emperor Machine?!

Count me in!

UNKLE - End Titles... ou Como Destruir As Expectativas Dos Fãs Em 2 Álbuns

Há uns meses atrás, a expectativa era muita: os UNKLE iriam lançar o seu 3º de originais. Gostei principalmente do segundo longa duração, "Never Never Land", com as suas faixas mais ambientais e electrónicas às quais era adicionada uma pitada de rock.
No entanto, o que "War Stories" (o 3º) trouxe não foi nada disso e, pessoalmente, o álbum foi uma das desilusões do ano passado. Os UNKLE nunca foram bem música de dança, mas também nunca tinham sido rock. Talvez pela insperada mudança de direcção, fiquei-lhes com alguma urticária.
Por isso, foi com algum receio que ouvi este novo "End Titles... Stories for Film", o quarto. Pensei, na minha estúpida ingenuidade, que poderiam ter regressado aos bons velhos tempos, dado que agora se tinham inspirado em imagens em movimento para compor uma espécie de banda sonora. Mas não.
Há aqui peças mais ambientais e com um toque à lá Brian Eno ("Trouble in Paradise", "Heaven"...), é verdade, mas para além disso e dos interlúdios que separam as verdadeiras músicas, há aqui mais do mesmo que em "War Stories". Ou seja, nada de verdadeiramente entusiasmante, pois caiem exactamente naquilo que não deveriam ser: não serem carne nem peixe.
É pena. Mais uma oportunidade desperdiçada...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Summer Essentials

A questão colocou-se numa destas noites de canícula, enquanto esperava pelo sono, livre de outras obrigações que não as de ordem puramente estética e hedonista: que música ouvir neste Verão? Curiosamente, o primeiro disco que me veio à mente foi este Night Vision dos belgas Spirit Catcher. Porquê? Bem, porque todo ele perpassa a ideia de calor, Verão, praia, relax, lounges situadas em locais paradisíacos, enfim, todos os anúncios publicitários deste lado do Paraíso. Mas ainda bem. Tudo em bons. Ouvi-o e tudo isto se confirmou. O que se apresenta no álbum é um som impecavelmente produzido, um disco sound moderno e brilhante como uma superficie de prata reluzente. É sexy sem o mínimo esforço e absolutamente eficiente na intemporalidade dos seus pressupostos ritmicos. Já ouvimos isto, certamente, mas aqui é tudo tão natural que nos deixamos ir sem qualquer constrangimento. Disco de Verão? Oh yeah! Começar a silly season com esta música supremamente elaborada e elegantemente energética, com assumidas piscadelas de olho aos anos 80 e à herança do melhor disco dos 70, parece extremamente adequado ao apetite electro e house das noites sintéticas destes dias. Não é preciso dizer que a noite que se seguiu foi um caleidoscópio de ritmos sensuais da melhor feitura.
Assim vale a pena o Verão...!
Nota: Esta será uma série para manter, porque o dito Verão vai ser longo e muitas serão as noites longas a escutar boa música. Já agora, quem quiser partilhar os seus summer essentials, venha e será muito bem vindo. Enjoy!