sexta-feira, 24 de outubro de 2008

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

- William Ernest Henley

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

PARADISE LOST - EMBERS FIRE

Deus, faz o tempo voltar para trás, por favor:


Refuse/Resist

ERA ESTA A MÚSICA QUE EU ADORAVA "CANTAR" NOS OUVIDOS DOS GRANDES ESTADISTAS E PENSADORES DA NOSSA HUMANIDADE:

  • Chaos A.D.
  • Tanks on the streets
  • Confronting police
  • Bleeding the plebs
  • Raging crowd
  • Burning cars
  • Bloodshed stars
  • Wholl be alive?!
  • Chaos A.D.
  • Army in siege
  • Total alarm
  • Im sick of this
  • Inside the state
  • War is created
  • No mans land
  • Wholl be alive?!
  • Refuse/
  • ResistRefuse
  • [Solo]
  • Chaos A.D.
  • Disorder unleashed
  • Starting to burn
  • Starting to lynch
  • Silence means death
  • Stand on your feet
  • Inner fear
  • Your worst enemy
  • Refuse/ResistRefuse/Resist...

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

(re: post anterior)

Perceba-se, é dia 01 para muitos efeitos :)

Seven Brothers



John Woo - conceito

Garth Ennis - script

Jeevan Kang - arte

sábado, 30 de agosto de 2008

McWhat?!


MacNalgas is an art collective based in Berlin, Chicago, Mexico City, Oaxaca, San Miguel De Allende and Valle de Bravo. This is their first compilation featuring many experimental sounds from musicians like Barking Cheezus, Marc Kalchon and The Ruth Handler.
Pior do que isso, só mesmo o produtor de música Nick Chacona...

Ambição Sem Limites

Hoje em dia é pouco provável que alguém minimamente informado ainda não tenha ouvido falar no jogo "The Sims". Um simulador da vida quotidiana, com um conceito tão simples e básico que alcançou uma popularidade tremenda e é, actualmente, o jogo mais vendido de sempre. Já aqui falei da terceira incursão, que chegará às lojas lá para início do próximo ano, ainda mais complexa e ambiciosa.
Mas isso agora não interessa nada. Interessa, isso sim, falar da nova produção de Will Wright, a mente visionária por detrás da criação de "The Sims": chama-se "Spore" e é a ambição em forma de jogo.
É que, ao contrário da simulação da vida quotidiana de todos nós, "Spore" propõe-nos nada mais nada menos do que a simulação da vida, ponto final. Desde o seu aparecimento sob a forma de pequenas células até à conquista espacial. E o mais interessante é que nós podemos controlar e decidir TUDO.
O jogo adopta a teoria da panspermia, ou seja, que a vida na Terra surgiu devido à queda de um meteorito que trazia consigo as "sementes" da existência. Depois, entramos no jogo propriamente dito, que se divide em 5 fases.
Na primeira - fase celular - decidimos se queremos que o nosso bichinho seja carnívoro ou herbívoro. Depois é só comer células e ir crescendo (em traços muito gerais).
Na fase de criatura entramos em contacto com o fabuloso editor que a Maxis criou. Podemos criar a nossa criatura como bem entendermos. Querem uma criatura com 10 pernas? Ok, ela vai ser muito rápida. Querem que a vossa criatura seja uma cabeça saltitona com 200 olhos? E porque não? E que tal uma com os olhos no rabo e a boca nas costas, duas asas na testa, dois braços a penderem-lhe da barriga, uma carapaça a revestir o dorso e duas tetas a pender-lhe do local onde deveriam estar as pernas? Sim, também é possível. Aqui não há (muitos) limites. Depois faz-se o que as criaturas selvagens fazem: caça-se, ruge-se (ou silva-se, ou muge-se, ou brada-se, ou berra-se ou lá o que quiserem), evita-se ser comido, acasala-se.
A fase seguinte é a tribal: o cérebro da nossa criatura está mais desenvolvido e chega a altura de passarmos a controlar comunidades. Surgem os primeiros instrumentos, batalhas, profissões e desenvolve-se a linguagem à medida que se contacta com outras comunidades (criadas pelo jogo ou por outros jogadores).
Na fase de civilização a nossa tribo passa a cidade moderna e o objectivo é... dominar o mundo! Muahahaha! É possível criar casas, carros, barcos, aviões, aeronaves a nosso bel-prazer. Podemos conquistar outras civilizações pela guerra, pela economia ou pela religião. A tecnologia evolui a olhos vistos e prepara-se para a fase final. Surge o editor de OVNIS.
A última fase é a espacial. O nosso pequeno planeta já não é suficiente (ou foi dramaticamente destruido pela nossa poluição) e o universo revela-se como o próximo objectivo. Podemos até alterar os planetas que pretendemos colonizar. Podemos raptar seres de outros mundos ou até colocar monólitos (uma piscadela de olho a 2001 - A Space Odyssey) para estimular o desenvolvimento de vida inteligente. Quando obtemos a possibilidade de fazer viagens inter-estelares, passamos a ter à nossa disposição os cerca de 500 mil mundos que povoam a nossa galáxia (onde também é possível ver nébulas, supernovas, buracos negros, etc).
Chega a ser assustador, tanta liberdade e tantas possibilidades. Mas é incrivelmente simples e intuitivo, tal como "The Sims" já era.
Este é, sem sombra de dúvidas, o jogo mais ambicioso de sempre. E é uma aposta ganha. Resta saber se irá destronar "The Sims".
PS: A banda sonora é composta por Brian Eno, um dos mestres da música ambiente.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Foje Foje Bandido

Para quem gosta mesmo do mui talentoso e multifacetado Manel Cruz (ex Ornatos Violeta e Pluto) tem de confirmar aqui o seu novo projecto. Ao todo são três cd's, albergados em capa dura. Pode ser encomendado aqui.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

terça-feira, 29 de julho de 2008

Electrólise


Em Setembro chega a segunda incursão a solo de Morgan Geist.
"Double Night Time".
Desta vez, com capacidade de vingar, ou não tivessem algumas faixas a presença da voz sussurada Jeremy Greenspan, dos Junior Boys.
A considerar atentamente.
PS: E por falar nos Junior Boys, desta vez não me escapam!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Pop Galore

A irmã mais velha e estilosa das Girls Aloud?

A prima perdida da Roisin Murphy?

A Kylie escandinava?

Não interessa. É perfeição POP absoluta!

Annie: I Know UR Girlfriend Hates Me

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Summer Essentials IV

No rescaldo de uma visita nocturna recente à capital do Império, (re)apareceu-me este álbum dos Metro Area, originalmente editado em 2002. E porquê? Porque este é um disco de música de cidade, para ser ouvido em avenidas, por entre os arranha-céus de aço e vidro. Este é um som de espaços fechados, de proximidades e de respirações ofegantes, um mundo criado e prenhe das atmosferas dos clubes nocturnos. Estranhamente, é o tipo de música que parece deslocado no campo, na praia, ou até mesmo no leitor do carro... Os Metro Area combinam doses maciças de disco, ondas de funk, e aqui e ali uns pozinhos essenciais de new-wave e synthpop, para servirem de cúpula à coisa. O que acontece é que a seguir retiram de cada faixa tudo o que é excedente até se ficar apenas com os seus elementos essenciais. Apesar de estarem associados a alguma microhouse e a uma atenção à economia musical, nunca sobrecarregam a música aqui presente com qualquer tipo de bagagem teórica. É como se não quisessem que qualquer tipo de imperfeição e/ou distracção manchasse a limpidez da sua produção. O resultado é um som elegantemente produzido e com um sentido de ritmo inatacável e um calor que se sente fluir através da conjugação das electrónicas com os elementos artesanais, incluíndo (e aqui, numa nota pessoal, eles ganharam a parada...) as cordas do Kelley Polar String Quartet. É este equilíbrio que faz o disco ser o triunfo que é. Aliás, estas faixas soam tão bem e conjugam influências tão díspares que, por vezes, quase seria desejável a existência de vozes para animar ainda mais o ambiente. Não é que as faixas não funcionem suficientemente por elas próprias. Conseguimos facilmente absorver a elegância dos seus espaços e admirar as variações ritmicas que se estabelecem entre si. A questão é que alguns destes acordes e padrões ritmicos são tão profundamente pop que acaba por ser quase um sacrilégio deixar as vozes de fora. De qualquer forma, summer in the city, em grande estilo graças a Morgan Geist e Darshan Desrani. Façam como eu, ponham o ipod a funcionar e percorram as avenidas novas numa noite de como as que têm estado ultimamente e deixem-se ir. Uma pequena paragem no café do Maria Matos deverá ajudar a mais uns momentos de prazer...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Brideshead Revisited, Revisited



Algures no final de 2008, início de 2009.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Where Do I Put It?



É pop?
É electro?
É urbano?
É hip-hop?
É... errr... classificável?

"Nightwatcher"
by Alan Braxe (feat. Killa Kela & Fallon)

Bang Bang Crash Boom

O guilty pleasure deste Verão!

domingo, 13 de julho de 2008

Summer Essentials (Hors-Série)

Intrigado pela sugestão do Crumblenaut (uma das poucas pessoas no mundo que teve acesso quase ilimitado à caverna de Ali Babá que é a Music Room do Senhor Marquês) e no seguimento de uma noite passada no Beach Club da Praia Atlântica, em Soltroia, a sofrer a actuação de uma daquelas bandas de bar que têm como norma criar um mínimo denominador comum musical e depois tocar tudo, absolutamente tudo, nesse espartilho sonoro easy-listening-tropical-bem-disposto-ora-venha-lá-a-cantoria-lá-lá-lá, regressei a este Caracol do francês Alexkid. Editado em 2006 pela influente F Communications, é o terceiro album de Monsieur Alexis Mauri, um DJ, programador e criador de excelente música electrónica que tem como maior particularidade o facto de nunca se afastar em demasia dos instrumentos acústicos que foram a base da sua formação musical. Assim, temos um Caracol multifacetado, tendo por base uma estrutura techno minimalista, com breves passagens pelo house mais sofísticado, com laivos de electro deixados aqui e ali, pontuando estruturas rítmicas quase hipnóticas, a fazer lembrar gente como Richie Hawtin, mas sem entrar no cerebralismo do mestre canadiano. Estamos aqui no território da música de dança, como é óbvio, mas quem disse que para dançar é preciso desligar o cérebro? Basta ouvir a faixa 02, Decibelly, para nos deixarmos enlevar pela estrutura quase arquitectónica da música e sermos transportados para um universo paralelo de verdadeiro chic amoral e epidérmico, larger than life. E, afinal, o que é o Verão se não isso mesmo? O que nos traz de volta ao Beach Club de Soltroia, rodeado das upper classes lusas em férias, vestidas de branco, a fingir que está tudo bem neste recanto à beira-mar plantado. Pais por um lado, hordas de teenagers clonados dos Morangos com Açucar por outro, e a falta que faz um disco como este Caracol para transformar tudo aquilo numa realidade mais visceral e interessante. Sim, os teenagers-clones bebidos, devidamente drogados e aborrecidos (mas não aborrecidos, se me faço entender...), mergulhados num negrume existencial profundo, abandonados aos piores e mais excitantes vícios num cenário maravilhoso de luxo decadente. Isso seria interessante. Quanto aos pais, bem, jogariam bridge, canasta ou mahjong e estariam ausentes, comme il faut. No parque de estacionamento, os Bentleys, Hummers, Porsches, Range Rovers e demais descapotáveis teriam outro brilho. But I digress... Assim, vou ouvir Decibelly até quase acreditar que este país pode ser interessante. Au revoir.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Summer Essentials III

Porque parar é morrer, mais um tomo nesta saga sonora estival. Desta vez, um dos navios almirantes da Kompakt, essa caixa de Pandora de delícias sonoras electrónicas, rainha entre todas as casas que fazem das máquinas o seu mantra. O nome do senhor é Gui Boratto, é brasileiro, é produtor e trabalhou com gente altamente improvável antes de ter dado ao mundo este couraçado ritmico, absoluto ariete sonoro, imparável objecto de cutânea aderência (delírio, delírio...) e inescapável luxúria dançante. Estão a ver, portanto... Seu Boratto apresenta uma derivação sónica das ondas sonoras reinantes no presente, incluíndo techno, electro, minimalismo, house, breakbeat et al. para formar um som texturado, capaz de conciliar vários ritmos numa mesma faixa, puxando para a pista de dança e para o lounge num mesmo sopro. São partículas sonoras em suspensão que são atiradas ao ar e feitas em virotes, criando sons quase trance com espaço suficiente entre si para deixar que sejam elitidos de modo a criarem arranjos próprios, levando estas faixas para outra dimensão que excede em muito a de uma normal pista de dança. É como se Boratto criasse um Carnaval de sons que do original brasileiro retirou o sentido do ritmo e a capacidade de criar movimento, fazendo pensar num Verão ácido que nunca mais acaba, de cocktail na mão a olhar para o fim do mundo. Um conjunto de faixas que torna difícil a escolha de uma delas em particular, deixando instalar-se uma visão de conjunto plenamente satisfatória. Que os calores nos acompanhem por muito tempo!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Summer Essentials II

Novo capítulo nestes summer essentials. É como se fosse uma continuação do anterior, todo ele breezy e leve, muito contemporâneo na sua estética manta de retalhos, bebendo a inspiração em tudo aquilo que pode soar bem ao ouvido do Criador. Neste caso, Sasse, com o seu álbum de estreia Made Within The Upper Stairs of Heaven, de 2006. Sasse é o nom de plume do finlandês Klas Lindblad, um homem das electrónicas, que trabalha a partir de Berlim, usando uma profusão de nomes para os seus esforços musicais. Neste álbum, partindo de uma base que se pode classificar como IDM, Sasse constrói um caleidoscópio sonoro que inclui house music, electro, techno, elaborações disco à la Giorgio Moroder e muito e glorioso italo disco. Ah, e o traço fundamental do álbum, muita influência brasileira, muito tropicalismo, muita bossanova, cantada em português do outro lado do oceano. Verão? Sem mais! Os pratos fortes, conhecidos dos melómanos mais atentos, incluem "Soul Sounds", "Losing Touch" e "Up To You", maxis demolidores que fizeram mossas nas pistas de dança e ainda hoje causam frissom. Para banda sonora de Verão, absolutamente perfeito!
To be continued...

domingo, 6 de julho de 2008

Bowie Gets the Treatment!


David Bowie "coberto" por malta das electrónicas!?

Matthew Dear, Carl Craig, Kelley Polar, Emperor Machine?!

Count me in!

UNKLE - End Titles... ou Como Destruir As Expectativas Dos Fãs Em 2 Álbuns

Há uns meses atrás, a expectativa era muita: os UNKLE iriam lançar o seu 3º de originais. Gostei principalmente do segundo longa duração, "Never Never Land", com as suas faixas mais ambientais e electrónicas às quais era adicionada uma pitada de rock.
No entanto, o que "War Stories" (o 3º) trouxe não foi nada disso e, pessoalmente, o álbum foi uma das desilusões do ano passado. Os UNKLE nunca foram bem música de dança, mas também nunca tinham sido rock. Talvez pela insperada mudança de direcção, fiquei-lhes com alguma urticária.
Por isso, foi com algum receio que ouvi este novo "End Titles... Stories for Film", o quarto. Pensei, na minha estúpida ingenuidade, que poderiam ter regressado aos bons velhos tempos, dado que agora se tinham inspirado em imagens em movimento para compor uma espécie de banda sonora. Mas não.
Há aqui peças mais ambientais e com um toque à lá Brian Eno ("Trouble in Paradise", "Heaven"...), é verdade, mas para além disso e dos interlúdios que separam as verdadeiras músicas, há aqui mais do mesmo que em "War Stories". Ou seja, nada de verdadeiramente entusiasmante, pois caiem exactamente naquilo que não deveriam ser: não serem carne nem peixe.
É pena. Mais uma oportunidade desperdiçada...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Summer Essentials

A questão colocou-se numa destas noites de canícula, enquanto esperava pelo sono, livre de outras obrigações que não as de ordem puramente estética e hedonista: que música ouvir neste Verão? Curiosamente, o primeiro disco que me veio à mente foi este Night Vision dos belgas Spirit Catcher. Porquê? Bem, porque todo ele perpassa a ideia de calor, Verão, praia, relax, lounges situadas em locais paradisíacos, enfim, todos os anúncios publicitários deste lado do Paraíso. Mas ainda bem. Tudo em bons. Ouvi-o e tudo isto se confirmou. O que se apresenta no álbum é um som impecavelmente produzido, um disco sound moderno e brilhante como uma superficie de prata reluzente. É sexy sem o mínimo esforço e absolutamente eficiente na intemporalidade dos seus pressupostos ritmicos. Já ouvimos isto, certamente, mas aqui é tudo tão natural que nos deixamos ir sem qualquer constrangimento. Disco de Verão? Oh yeah! Começar a silly season com esta música supremamente elaborada e elegantemente energética, com assumidas piscadelas de olho aos anos 80 e à herança do melhor disco dos 70, parece extremamente adequado ao apetite electro e house das noites sintéticas destes dias. Não é preciso dizer que a noite que se seguiu foi um caleidoscópio de ritmos sensuais da melhor feitura.
Assim vale a pena o Verão...!
Nota: Esta será uma série para manter, porque o dito Verão vai ser longo e muitas serão as noites longas a escutar boa música. Já agora, quem quiser partilhar os seus summer essentials, venha e será muito bem vindo. Enjoy!

sábado, 28 de junho de 2008

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Como estamos de parabéns...



Oban, 14 anos, West Highland, 43º

Cor: âmbar

Primeira: pouco pungente, de teor que se adivinha mais rico que o nariz
Puro, meio-alcatrão sulfuroso com maresia que apaga o enxofre
Com água, aromas reduzidos deixando toque de biomassa pantanosa, floral com açúcares refinados

Segunda: distribui-se por todo o palato após começo suave, evolui para a secura fumada - madeira sem turfa.

Final: especiarias e tempero herbal.

Não é um Port Ellen, mas daí a descontinuarem a importação desta maravilha (e do Lagavulin, do Cragganmore, do Ardbeg, do Dalwhinnie, do Caol Ila, do...) "por não haver mercado em Portugal que o justifique", é mais um passo na direcção da mediocridade - como os exames de Matemática deste ano...





quarta-feira, 11 de junho de 2008

Expect the Unexpected

E se o Tricky fizesse um cover do "Slow" de Kylie Minogue no seu mais recente álbum?
Rather strange, mas suficientemente inesperado para nos fazer parar um pouco e ouvir com atenção.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Everything In Its Right Place

A edição deste Best Of é obviamente uma manobra de desavergonhada exploração comercial por parte da EMI/Parlophone após a separação com os Radiohead. Nada de novo aqui, apenas a indústria a cavar mais fundo a sua sepultura. Não é o primeiro e não será o último caso. Penso até que os fatos da EMI se devam ter sentido extremamente felizes quando as cópias de In Rainbows começaram a voar via net para os seus destinatários. Apenas valorizou mais o seu espólio de sete álbuns, à espera de ser posto (mais uma vez) a render. Pois bem, perante este CD só há uma coisa a dizer: que se lixe, com música desta nada disto é importante. Além disso, quem quer que tenha sido o responsável pela selecção das faixas mostrou um respeito inesperado pela banda e pelo seu legado. Basta pegar no primeiro disco da edição dupla e ver o alinhamento: Just, Paranoid Android, Karma Police e Creep, de uma vez só, coisa para nos deixar de coração acelerado e sorriso idiota estampado no rosto. Pode ter sido coincidência, mas é um início tremendo, capaz de pôr o ouvinte mais incauto de joelhos e o iniciado a voltar em acreditar em tudo aquilo que fez os Radiohead grandes. Continuando a audição, lá temos todas as grandes canções, arrumadas como por milagre, My Iron Lung, o fabuloso There There, Fake Plastic Trees, Street Spirit (Fade Out) e a entrada na sagrada parceria Kid A/Amnesiac com Idioteque e Everything In Its Right Place (mais a presença de Optimistic, na versão americana) para mostrar o que aconteceu quando a banda resolveu fazer o céu e a terra mudarem de lugar. E o que aconteceu? Bem, basta ouvir Pyramid Song para perceber, só por esta pequena pérola valeria todo o CD, por ela eles estão no Olimpo da música moderna. No segundo CD, a tarefa parece ter ficado a meio, com uma escolha mais limitada e alguns tiros falhados, como se o bom que não coube no primeiro disco não tivesse sido suficiente para encher outros 70 minutos e fosse necessário escolher outros momentos para complemento, escolha essa que deve ter causado alguns problemas… Mesmo assim temos direito a I Might Be Wrong e a outra secção de impressionante força: Exit Music (For A Film), The National Anthem, Knives Out e Talk Show Host. Nada mal, mesmo assim. Um fã dedicado terá todos os discos da banda e as duas raridades que aqui aparecem podem ser facilmente adquiridas (Talk Show Host na BSO de Romeo+Juliet, True Love Waits em I Might BeWrong – Live Recordings), mas digo-vos, ide e comprai, com alegria, com a certeza de que, mesmo com tudo o resto à volta, música desta é difícil de encontrar hoje em dia e só isso importa. Os Radiohead foram e são uma grande banda, com um legado formidável e uma capacidade de renovação e criatividade capaz de desafiar as regras e os modelos de uma indústria formatada e em queda. É ouvir Pyramid Song e ficar a perceber porquê…

segunda-feira, 9 de junho de 2008

FALTA DE CRITICA FICA OS VIDEOS

POR FALTA DE CRÍTICA FICAM AQUI OS 2 MELHORES MOMENTOS DO RIR2008.




Muse - Starlight RIR2008



Linkin Park - Breaking the Habit RIR2008

sexta-feira, 6 de junho de 2008

EU VOU E TU?


Hoje é o dia que a família cá de casa vai ao Rock in Rio Lisboa. Na reunião para escolher um dos dias, saltou logo à vista este último. Muse é sem dúvida a banda que me faz ir, ainda por cima porque estão a produzir o novo álbum. Mas os Linkin Park nunca podem ser uma carta fora do baralho porque são muito bons naquilo que fazem ( estive no concerto deles o ano passado no Oeirasalive07 e sei do que escrevo ).Os Kaiser Chiefs são festa garantida em cima do palco e por isso prometem. Quanto aos Offspring até vai ser bom relembrar alguns temas antigos mas não havia necessidade de estarem aqui. Não se percebe também o que fazem aqui os Orishas, mas enfim...

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O Preço da Arte

Benefits Supervisor Sleeping (1995) de Lucian Freud, o quadro mais caro de um artista vivo, vendido pela Christie's de Nova Iorque, em Maio passado, por 33,6 milhões de dólares. O comprador foi Roman Abramovich. Sim, esse mesmo...

Spiritualized - Soul On Fire

Spiritualized - Soul On Fire

Descobri isto e ainda bem. O novo álbum dos Spriritualized de nome A&E arrisca-se a ser um marco na historia desta banda. São 12 músicas mais 6 pequenos interlúdios instrumentais e baseia-se na vida do vocalista Jason Pierce, depois de ter sido internado nos cuidados intensivos. Um ábum cheio de optimismo para um mundo tão cinzento.

terça-feira, 3 de junho de 2008

THE TING TINGS


The Ting Tings - That's Not My Name (New)

O que eu ando a ouvir no meu leitor, é simplesmente genial e muito dançável.


domingo, 25 de maio de 2008

Peregrinação

A Senhora.
Lisboa, 14 de Setembro de 2008.
Parque da Bela Vista.
Bilhetes à venda no Sábado.
60 Euros.
Há coisas que são sagradas.

sábado, 24 de maio de 2008

AUSTRALIA


Australia - Trailer




Baz Luhrmann surpreende mais uma vez. Depois de Moulin Rouge faz uma incursão pelo Westen com este maravilhoso Australia. Nicole Kidman foi a actriz escolhida (tal como no maravilhoso Moulin Rouge) e desde já podemos antever uma nomeação para óscar. Baz é dos poucos realizadores que conseguem tirar tudo o que Nicole Kidman tem de bom. Australia foi escrito pelos famosos Ronald Harwood (The Pianist, The Diving Bell and the Butterfly), Stuart Beattie (Collateral, Pirates of the Caribbean, G.I. Joe), and Richard Flanagan (The Sound of One Hand Clapping). Este filme conta também com o grande actor Hugh Jackman no papel principal. A história gira em torno de uma mulher ( Nicole Kidman ) que vive no norte da Austrália e que pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial herda um grande rancho. Quando os grandes fazendeiros pretendem roubar as suas terras ela junta-se a um vaqueiro ( Hugh Jackman ) para transportar as mais de 2000 cabeças de gado pelo país e assim começa uma grande viagem. Fiquei com “água na boca” em relação ao filme. Mas também com este trailer quem não fica?

Vive La France!!!!!!!!!!

Deliciosa controvérisa francesa sobre a entrada nacional na Eurovisão deste ano. Motivo: a canção, "Divine", interpretada por Sebastien Tellier, é cantada em, pecado dos pecados, inglês! Até Sarkozy já se meteu, defendendo a "francesidade", a língua, a cultura e tudo o mais contra o ogre saxónico. Maravilhoso! O que acontece é que a canção em questão é uma fabulosa e irónica apropriação dos lalalalalas e papapapapas eurovisivos, produzida por Guy-Manuel de Homem-Christo, metade dos Daft Punk, e que faz parte do álbum "Sexuality" de Tellier, um excelente disco de pop do mais fino recorte. Só mesmo en France. Quanto ao resto do mundo, diverte-se...


Dr. Jones, mais uma vez...

Primeira constatação: quem gostou dos outros, vai gostar deste, quem não gostou, continuará a não gostar. Não há nada a fazer. Pontos a favor: a máquina industrial Lucas/Spielberg está afinadíssima, há humor e auto-irrisão q.b., Harrison Ford ainda veste bem a pele de Indy e há Cate Blanchett, soberba, camaleónica, uma vilã como mandam as boas regras dos blockbusters e o regresso (excelente, por sinal) de Karen Allen. Pontos contra: Shia LeBoeuf não convenceu, go figure e depois, aliens...? Não havia necessidade, pois não? Afinal, quando se metem aliens ao barulho dá sempre a impressão de que não havia mais ideias... Ou seja, a parte final do filme acaba por se tornar um pouco anti-climática e estraga, de certa forma, o que se passou antes. E aliens não se dão bem com Indiana Jones. Mesmo nada. E esse travo amargo ninguém mo tira. Quanto ao resto, bem, são duas horas de divertimento popular, impecavelmente conduzido, com tudo no lugar certo e a bater em todas as teclas adequadas. Hollywood no seu melhor. Ainda. Mas chegará? Ainda por cima a revisão há relativamente pouco tempo de "The Last Crusade" não veio ajudar nada porque, afinal, esse é o Grande Filme da saga. E este não...

quinta-feira, 22 de maio de 2008

É HOJE... EU VOU...


quarta-feira, 21 de maio de 2008

Eu sofri por Euchrid Eucrow



Eu, Zorze, conheci o rebanho de hereges a quem dEUS* recusou desvelo. No rol de amigos feitos outrora constava o suicídio do padrasto na casa de banho, uma caçadeira apontada ao palato do filho atrofiado, o medo da mãe ver derramar o seu sangue escarlate, a namorada violada pelo primo trintão, os efeitos da droga na maioria deles até ao cair pesado do corpo. Na sorte abençoada de pouco ter para me queixar, convivi com as mais tortuosas histórias e vislumbramentos – desvaneceram-se aquando da minha partida. Todos eles viviam voltados para as costas fustigadas de dEUS. E acredito piamente que Ele ainda não olhou para a sua sombra…

O penoso lamento em vida de Euchrid Eucrow…

“Deus amadureceu. Ele não é o sujeito impulsivo e inflexível dos Testamentos - o negociante veemente de glórias, com o seu saco cheio de truques de Carnaval baratos, e a voz de trovão – o bufarinheiro, fogoso, de barbas ardentes e mãos-maravilha. Hoje em dia, Deus sabe o que Ele quer, e Ele sabe quem Ele quer. Se em toda a Sua majestade, Ele achar bem seleccionar-me como um instrumento do Seu grande plano, então, ê digo-te que deves estar pronto para receber, apreender e agir conforme as Suas instruções, sem quaisquer perguntas ou discussões. Ê era a sua espada, afiada e penetrante à medida para ferir. E cintilava ao sol.”

in E o Burro Viu o Anjo, de Nick Cave. Editorial Estampa.

Por fim, o comentário pertinente de um amigo viandante a esta obra genial: “Quão negra, atormentada e tenebrosa pode ser a alma de um homem?”

domingo, 18 de maio de 2008

Vicky Cristina Barcelona

É mau de mais para ser verdade. O novo filme de Woody Allen segundo os jornalistas presentes em Cannes 2008 é muito mau, aqui ficam alguns comentários á saida da sala:
-Te gustas Vicky Cristina?
-Una mierda...
-No entiendo...
Aqui fica o trailer do filme, que quanto a mim é também muito mau. Fica ao vosso critério...

Fonte: Diálgos retirados do Jornal Público

sábado, 17 de maio de 2008

Objet d'Art II

Continuando na senda da violência enquanto forma de arte e como complemento ao video dos Justice (estou à procura de substituto da versão youtube...), apresento aqui um dos seus antecessores directos, uma obra-prima saída das mentes perversas do grande Chris Cunningham e desse abençoado monstrengo da electrónica que é Richard D. James, ou Aphex Twin. O ambiente é o mesmo, a atmosfera de terror urbano, de pesadelo dos ghettos, de retorno a uma violência primeva destituída de qualquer justificação, onde o que resta é o look. O video dos Justice vem aqui beber muita dessa inspiração e aponta-a directamente à realidade. Aqui, o que conta é de outra feitura, estamos no reino da Arte e a realidade, essa, vale o que vale. Absolutamente contemporâneo, absolutamente genial.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Objet d'Art


justice stress (official video)

Com este objecto estranho e provocante, aberto a todas as interpretações, todo os pontos de vista, os Justice puseram-se nas bocas do mundo. Chama-se "Stress" e foi realizado por Romain Gavras, filho de Costa Gavras. Rios de tinta já foram derramados por causa destes 6 minutos, e a França está dividida, em especial nesta era Sarkozy. Joga com vários temas muito pouco confortáveis nestes dias pós-tudo-e-mais-alguma-coisa-depois-do-11-de-Setembro: Violência, Racismo, Hooliganismo, desespero urbano, imigração, desenraizamento e por aí adiante. Mas vejam e decidam. Uma coisa é certa: a música, essa, é muito boa...

MÚSICA DE FDS

ESTA É NOSSA ....





TU SABES...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

C/O/M/P/I/L/A/Ç/Ã/O

Uma compilação dos melhores momentos musicais que por aí andam, para as orelhas dos excelsos membros do Lounge Art (e demais orelhas circundantes...). A saber:
01. Cut Copy: Lights And Music
02. Hercules & Love Affair feat. Antony: Blind
03. Glass Candy: Digital Versicolour
04. Portishead: The Rip
05. Chromatics: I Want Your Love
06. Crystal Castles: Courtship Dating
07. Moby: Disco Lies
08. The Presets: This Boy's In Love
09. The Teenagers: Love No
10. Sam Sparro: Black And Gold
11. The Long Blondes: Guilt
12. Ladytron. Ghosts
13. Kelley Polar: Entropy Reigns (In The Celestial City)
14. Gentle Touch: Pieter Van Den Hoogenband
15. Robyn feat. The Knife: Who's That Girl
16. Neon Neon feat. Cate LeBon: I Lust U
17. Santogold: L.E.S. Artistes
Enjoy!

Cannes 2008

Ontem teve início o festival internacional de cinema de Cannes com o filme O Ensaio Sobre a Cegueira de Fernando Meirelles. A sessão foi tensa e não cativou todos os jornalistas presentes sobre uma misteriosa cegueira mundial. O filme que fala da degradação humana e do instinto animal que todos nós temos e é uma aprendizagem sobre relacionamentos de organização e de políticas humanas. Segundo Gael García Bernal “Quando você está cego, é obrigado a ver para dentro de uma nova perspectiva, e algumas sequências acabam parecendo comédia”. Ontem também foi visionado “Waltz with Bashir”. Esta película de animação foi realizada pela Iraniana Marjane Satrapi, vencedora do Prêmio Especial do Júri no ano passado é uma combinação de animação por computador com a 2D(tradicional). O filme foi recebido com uma grande salva de palmas de todos e as opiniões foram todas de elogio a este projecto arrojado.



Waltz with Bashir

Já esta manhã foi a Argentina que esteve em destaque com o filme “Leonera” de Pablo Trapero e que conta com a participação especial de Rodrigo Santoro.A história gira à volta de uma mulher grávida que é presa por ser acusada de ter assassinado o seu namorado.Aplaudido com muito entusiasmo, este filme é mais uma boa promessa do bom cinema que a Argentina tem vindo a desenvolver nestes últimos tempos.


Leonera

quarta-feira, 14 de maio de 2008

The Black Donnellys



Trata-se de uma série dramática da NBC que estreou a 26 de fevereiro de 2007.
A série mostra a vida de quatro jovens descendentes de Irlandeses em Nova Iorque e o envolvimento dos quatro com o mundo do crime organizado. A história é narrada por um amigo de infância dos jovens, Joey "Ice Cream". Os criadores desta série são Paul Haggis e Robert( Bobby ) Moresco. Vi o episódio piloto a semana passada ( 4ª feira Fox Crime - 22.15 ) e confesso que fiquei com vontade de mais. Talvez por ter visto recentemente WE OWN THE NIGHT, não consegui deixar de comparar as 2 histórias. Encontramos no entanto numa e noutra percursos de vida opostos. No caso da série temos uma personagem que passa de moralista a gangster. No filme assistimos a uma personagem que renuncia a um mundo de vícios e rende-se a um mundo de presumível justiça policial. Mas no fundo, a questão que se coloca é a seguinte: o que provoca a mudança? (A resposta, no meu entender, une a série ao filme.) - A família. Dois homens que se entregam a um instinto que ultrapassa tudo o resto. É no fundo uma questão de sangue. Suor e lágrimas, acrescento eu.
Too long a sacrifice can make a stone of the heart.
William Butler Yeats

Uh...? What?!


Às vezes descobrem-se na Internet coisas verdadeiramente surpreendentes. Contra todas as expectativas, dei por mim a ir hoje para o trabalho a ouvir fado. Sim... é verdade!
Não tenho nada contra o fado, mas não costumo apreciar (tirando um ou outro fado mais célebre e que realmente me diz qualquer coisa).
Até aqui tudo aqui seria (mais ou menos) normal, não fosse o facto de "Phado", o álbum de M-PeX (moniker do português Marco Miranda), ser uma curiosíssima fusão entre fado e música electrónica.
Um conceito que primeiro parece improvável e depois origina receio ("oh não... estou para ver o que sai daqui..."), acaba por se revelar uma bela surpresa.
É que o dito senhor é assumidamente fã de Aphex Twin, Amon Tobin, Squarepusher... Fica, assim, bem fundamentada a matriz sonora que saltita luxuosamente entre o ambiente e o experimentalismo, envolvendo a guitarra Portuguesa de Carlos Paredes de uma forma como nunca a imaginámos.
Não digo que seja este o único projecto deste tipo que existe em Portugal, talvez hajam mais por aí, mas este conseguiu fazer muito bem a síntese entre dois mundos à primeira vista tão antagónicos. É agradável ver a nossa música acarinhada desta forma, estimulada, posta à prova e tornada algo novo e maior.E o melhor é que resulta!
Concluo, aproveitando para dizer que o álbum pode ser obtido por 10€ (portes de envio já incluídos) no site da editora Thisco (http://www.thisco.net/portugues.htm).

PORTISHEAD - THE RIP...


Os Portishead acabaram de lançar o 2º single do novo álbum Third. The Rip... foi a escolha.

2º PARTE DE FAHRENHEIT 9/11


Michael Moore está já a preparar a sequela do Fahrenheit 9/11. O novo documentário de Moore fará uma nova abordagem à guerra do Iraque e à administração Bush. O anúncio foi hoje feito em Cannes pelos seus novos produtores, a Paramount Vantage e Overture Films.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Abraham Lincoln por Steven Spielberg



Steven Spielberg vai filmar uma biopic sobre a vida de Abraham Lincoln, fazendo coincidir a estreia com a celebração dos 200 anos do nascimento do 16º Presidente Americano. Lincoln foi presidente entre 1861 a 1865 tendo sido assassinado a 1 de Abril de 1865 pelo actor sulista John Wilkes Booth. O actor Liam Neeson foi o actor escolhido para dar corpo ao presidente Abraham Lincoln. O começo das gravações será em 2009 depois da adaptação ao cinema de Tintin.

Semper Fidelis

Um regresso em excelente forma, o de Peter Greenaway, ausente para todos os efeitos, desde 1999. Chama-se "Nightwatching" e é uma elaboração fantasiosa acerca da criação da famosa "Ronda Nocturna" de Rembrandt. E dá a Martin Freeman, sim o do "The Office" original, oportunidade para um grande papel. E é, para não variar, um festim para os olhos e para os ouvidos. Um filme tão absolutamente diferente de tudo o resto...

sexta-feira, 9 de maio de 2008

DVD PARA O FDS ( Apocalypse Now )


Eis um filme que fica na memória de quem viu. Apocalypse Now de Francis Ford Coppola é sem dúvida um marco na história do cinema mundial. Já agora, quem não se lembra da célebre parte do filme em que um ataque efectuado por helicópteros é feito ao som da Dança das Valquírias? É por esta razão e por muitas outras que eu escolhi este como O DVD do fds.




Dança das Valquírias aos olhos de Francis Ford Coppola:


MÚSICA DE FDS ( SANTOGOLD )

Considerado pela crítica o disco do ano: SANTOGOLD
Neste CD encontramos uma multiplicidade de estilos, o que nos dias de hoje só pode ser comparado aos LCD Soundsystem, a uma M.I.A ou ainda aos Chemical Brothers. Oiçam esta mistura de sons, de linguagens e de celebrações quotidianas. Aqui fica o grande vídeo:

Para Vossa Consideração...

Gentle Touch: "Pieter Van Den Hoogenband"

In Memory Of Savannah, 2008

quarta-feira, 7 de maio de 2008

A Noite é Nossa

Em primeiro lugar, o que me irritou neste filme: a total e absoluta falta de humor, a sisudez, a seriedade levada ao extremo, a ausência de ironia, qualquer coisa que afastasse aquela noção de Obra Séria, muito metida consigo própria. Um preço a pagar por ter Joaquin Phoenix e Mark Wahlberg juntos. Mas, enfim, uma outra marca de James Gray. Quanto ao resto, temos um bom filme, sólido na sua construção académica, na forma de contar uma história à boa velha maneira de uma Hollywood que deixou de existir aí por volta dos anos 70 do século XX. É um filme sobre a família, como todos os filmes de Gray, aliás, uma espécie de retorno do filho pródigo, de assunção do sangue como elemento do destino, inescapável e motor de tragédia. A personagem de Phoenix é sintomática deste tipo de convenção: se ele começa o filme como uma pessoa inteira, fora da linha de conduta da família, acaba como parte dessa conduta, mas uma pessoa amputada, que perdeu parte da sua personalidade. É nesse jogo que o filme ganha a sua distinção. Como já se percebeu, este é um mundo de homens, onde as mulheres não pertencem, o que condena Eva Mendes a não ser mais do que um mero papel decorativo, irrelevante no conjunto da história. Por um lado, quase que queremos que ela se torne na Sharon Stone do "Casino" do Scorcese, mas, bem, Ms. Mendes é uma mulher linda, mas quanto aos seus dotes de actriz, estamos conversados... Para não variar, tudo falha no final, quando Gray parece não ser capaz de sustentar o dispositivo do filme e deixa cair tudo numa banalidade rotineira, típica do mais moderno cinema de Hollywood. E é triste, porque o realizador quase que leva o seu barco a bom porto. De qualquer forma, é sempre um prazer assistir a bons actores a desempenharem o seu mester com gosto e empenho, sendo que Phoenix é um grande, grande actor, do qual vamos ver, de certeza, muitas coisas boas no futuro... Quanto a James Gray, esperemos para ver o mais recente "Two Lovers", com Phoenix (outra vez) e Gwyneth Paltrow, a estrear em Cannes.


terça-feira, 6 de maio de 2008

THE DARK KNIGHT


Por falar em blockbuster este tenho a impressão que vai dar muito que falar. “The Dark Knight” o novo filme de Christopher Nolan e conta com uma despedida em grande do actor Heath Ledger. Aqui fica a última trailer:

E viva a Suécia!


A Suécia deve ser mesmo um país fantástico. Já nem falo dos Volvos e dos Saabs e dos Abba e da Ikea e das almôndegas. É mesmo pela música que lá se produz. Parece que os suecos têm no sangue um qualquer gene musical inato capaz de produzir obras fantásticas em barda. Os exemplos abundam (The Knife and so on and on and on...) e agora há mais um a juntar à lista. Trata-se do disco de estreia dos Gentle Touch, chamado "In Memory of Savannah", e que vem fazer reverberar uma série de campaínhas a quem, entrado nos anos como eu, se lembra daquelas bandas inglesas do virar dos 70 para os 80, oriundas de locais estranhos do Norte industrial e que faziam uma música electrónica suja, fria, deprimente, sobre o quão horrível era a vida. A cold wave que esteve na origem do synth pop que reinou nos anos 80. Lembram-se, com certeza, de bandas como os A Certain Ratio, Cabaret Voltaire, os primeiros Human League, a primeira encarnação dos New Order e por aí adiante. Pois estes senhores pegam em tudo isso e produzem um disco espectral, muito nórdico, cheio de ecos desses anos de transição e fazem uma viagem ao passado extremamente actual. Confuso? Bem, nem tanto, basta ouvir. Somos capazes de reconhecer tudo o que lá está mas perceber também como todos os elementos são utilizados de forma contemporânea e com um savoir faire que só podia existir no agora. Copistas de talento? Talvez. Mas lá que soa bem, isso é inegável. O primeiro single chama-se "Pieter Van Hoogenband" e é (imagino) uma homenagem ao nadador holandês do mesmo nome, campeão olímpico e recordista mundial. E é um portento de canção. Espero que 2008 lhes faça justiça e os traga para o grande público. Nada mais justo.

domingo, 4 de maio de 2008

Indiana Jones And The Kingdom Of The Crystal Skull


Podemos até nem gostar muito de filmes de acção ou blockbusters mas vai ser impossível ficar indiferente a um tão desejado Indiana Jones. Para os mais curiosos aqui fica o novo trailer do Indiana Jones And The Kingdom Of The Crystal Skull.

sábado, 3 de maio de 2008

The Meaning of Life

O mundo dos videojogos também tem os seus blockbusters. É assim com a série Grand Theft Auto (que lançou o quarto capítulo há dias), Half-Life, Age of Empires... só para nomear alguns. Mas nenhum conseguiu chegar a um público tão diversificado como a série Sims.
E eis que se avizinha o terceiro jogo: The Sims 3 está em produção e deve chegar algures no próximo ano (sim, ainda há que esperar um bom bocado). Há novidades de peso: para além do novo grafismo, os sims serão agora totalmente personalizáveis, inclusivé a sua personalidade; os bairros passarão a ser um espaço único onde se poderá passear sem interrupções para loadings chatos; as barras de energia e outras desaparecerão para que o jogo se foque naquilo que é mais importante, a vida dos sims em toda a sua plenitude.
Não deixa de ser curioso o sucesso deste jogo. Muitas pessoas procuram um escape da sua vida aborrecida e mundana... e acabam a jogar a vida "aborrecida" e mundana dos seus alter-egos virtuais (ou não alter-egos, tanto faz). E como pode a novela da vida real fascinar-nos assim tanto? O que leva as pessoas a jogar The Sims, ao ponto de torná-lo num dos jogos mais jogados e rentáveis de sempre? Curiosidade? Voyeurismo? A sensação de ser Deus?
Independentemente da razão, este jogo tem o valor de ter conseguido conquistar jogadores mesmo junto daqueles que, empedernidamente, não costumam jogar videojogos por serem peças de arte menores ou brincadeiras de crianças. Jogadores hardcore e jogadores casuais, todos cederam aos encantos desta casa de bonecas virtual.
O terceiro capítulo será um sucesso de vendas. Isto é um dado adquirido. Agora só resta saber que mais maravilhas virtuais se escondem por detrás da mais simples das ideias: o bocejo do dia-a-dia.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Dream Team

David Fincher a dirigir Brad Pitt, Cate Blanchett e Tilda Swinton, a partir de F. Scott Fitzgerald.
Filme do Ano?
Estreia americana em Novembro.

Great Expectations


Actualmente a suspirar por:
DK7 - "The Great Hunger"
Lindström - "Where You Go I Go To"
Röyksopp - TBA
Antony & The Johnsons - "The Crying Light"
Massive Attack - TBA
Coldplay - "Viva La Vida or Death and All His Friends" (mesmo quase, quase a sair...)
Algures num futuro próximo (sigh...)

Ser feminista por M.T.H.

Example

A minha tarde de Março (2004) em casa de Maria Teresa Horta* foi dos momentos mais enriquecedores da minha vida. Aprendi muito em poucas horas de convivência. Enquanto homem que sou e, como tal, curioso dos mistérios do sexo oposto, penso ter absorvido a melhor definição sobre o que é ser feminista!

(Maria Teresa Horta) Não sou militante, Zorze, sou feminista! Mas há uma ideia concebida que uma feminista não gosta de homens - é falso! Eu vivo apaixonada por um homem há 40 anos; tenho um filho e dois netos - todos rapazes! Tenho uma vida de casa perfeitamente normal: cozinho todos os dias, passo a ferro, lavo e faço isso tudo. Sou uma pessoa meiga, terna, doce e avó-galinha como lhe digo. Dizem que as mulheres feministas são todas horríveis, feias, amargas e ninguém as ama ou quer ir com elas para a cama. O que é isto? Uma feminista não é uma mulher muito feminina? É mais feminina do que qualquer das outras!


* A afirmação da ser feminina, bem como uma vigorosa sensualidade, ganharam asas nas páginas dos seus livros. Dirigiu o ABC Cine-Clube, fez parte do grupo Poesia 61 e colaborou em inúmeros jornais e revistas. Em 1972, foi julgada por atentado ao pudor quando, em conjunto com Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa, escreveu Novas Cartas Portuguesas: o hino da libertação sexual das mulheres! Felizmente, a justiça prevaleceu (a custo da pressão internacional, diga-se de passagem!) e as “Três Marias” foram libertadas aquando do 25 de Abril.

terça-feira, 29 de abril de 2008

MENSAGEM


Como o próprio nome indica, a Mensagem é uma obra que pretende comunicar ao leitor. Este nome não terá sido a primeira escolha de Fernando Pessoa, mas sim Portugal. Por sugestão do seu amigo Cunha Dias, Pessoa substituiu o nome para evitar que as suas intenções fossem mal interpretadas e tomadas como propaganda política. Foi na Antiguidade Clássica que encontrou o vocábulo que serviu de nome a esta sua obra poética. Segundo a mitologia, Anquises deu a seu filho Eneias a seguinte explicação para o Universo: “ Mens ag(itatmol) em “ que significa “ O espírito move a massa”. Encontramos aqui escondida a palavra que dá título à obra e que se reveste de dupla simbologia: a mensagem a passar será exactamente a crença de que o espírito humano (particularmente o Português) terá a capacidade de fazer mover o mundo.
Fernando Pessoa reconhece os feitos do passado mas sublinha a necessidade de um futuro à altura das capacidades dos Portugueses. O que está feito, feito está. O apelo presente na Mensagem é exactamente o apelo à ousadia, mas desta vez espiritual. Vão-se os anéis, ficam os dedos. As riquezas das conquistas não permanecem para sempre. O que irá permanecer será a cultura em forma de Arte. É este o verdadeiro apelo de Pessoa: um “ Às Armas!” substituído por “ Às Artes!”. Talvez por isso a importância do agora. A Mensagem foi a única obra publicada durante a vida de Pessoa. A crença de que os Portugueses têm uma missão é a maior prova do patriotismo Pessoano. A concretização de um Quinto Império seria a derradeira prova de que Portugal é realmente “Nação valente e imortal"!

A tribo na voz



Nascida em Novembro de 1956 na Karasjok Norueguesa, na pequena aldeia de Gamehhisnjarga, Mari Boine cresceu no seio de uma casa conservadora, oprimida pela segregação cristã contra as tradições preservadas a custo pela etnia nativa Sámi, e assim dividida pelo apego a uma família feita sobre pilares extremosamente pios - o pai era cristão Laestadiano fervoroso - e a alegria inata de cantar, dançar e servir de fio condutor às vibrações que animam os habitantes da Finnmark.

Em 1989, pela Real World de Peter Gabriel, lança Gula Gula, um primeiro trabalho com expressão internacional, caracterizado pela fusão entre o jazz e a joik, ritmo primordial da região e cultura Sámi. À data da edição deste álbum, Boine participa activamente em manifestações pró- Sámi, tendo chegado a desafiar a então primeiro-ministro, Gro Harlem Brundtland, a apresentar um pedido de desculpas em nome do Estado Norueguês pelas décadas de repressão e quase eugenia praticadas sobre as minorias que habitam o extremo Norte do país. As suas gravações de 1985, compiladas sob o título Juskatvuoa Manna, nunca chegam a conhecer edição fora da Noruega.

Dali até hoje, com uma dezena de álbuns propelidos ao estatuto de referência inevitável na world music, Boine confere coerência à sua obra fazendo-se suplantar na execução pela companhia de profissionais (Gjermund Silset, Helge Norbakken, Hege Rimestad) que já não podem ser considerados alvo da crítica, e não se atendo à condição cliché de cantora contestatária que jamais exorbita das suas raízes. De facto, Eight Seasons e Idjagiedas são marcos na carreira de Mari Boine em que podem ser ouvidas (em boa verdade, atropelam o ouvinte) incursões por linhas onde a estepe e a tundra se fundem com viagens pela estratosfera de olhos postos em sessões de xamanismo que fazem pensar em Lisa Gerrard à fogueira, possuída por espíritos do ar, com Bill Frisell à guitarra. Aterrador de tão gutural. Geotérmico.

Colaborando com Jan Garbarek, Sergei Starostin, e Anders Porsanen em projectos independentes, eclectiza ainda mais o espectro das influências presentes em Idjagiedas (que pôde apresentar a 16 de Fevereiro de 2008 na Culturgest) e faz-nos crer que haverá ainda muito a construir no denso ar entre a voz e os tambores. Citando-a,

"Não posso representar um povo inteiro. Mas posso contar a minha história como Sami e dessa forma contar parte da história do povo Sami. Nas minhas canções posso descrever a dor da opressão, a luta para ganhar o respeito próprio, mas também a alegria de crescer numa cultura que tem uma ligação tão forte com a natureza”.
A música pode tocar-nos de uma forma insuspeita. Pode oferecer significados, mas pode também criar momentos que não conseguimos definir. A música pode confundir-nos, mas também pode fazer-‑nos sentir felizes, exaltar-nos espiritualmente ou enriquecer-nos."

É assim que há sempre alguém que nos remete para a nossa condição primeva de tribo à deriva num planeta ainda e sempre inóspito, condição sobre a qual por vezes nos arrogamos direitos de supremacia nada mais que ilusórios.

JOE STRUMMER - THE FUTURE IS UNWRITTEN - Julien Temple


John Graham Mellor, nascido a 21 Agosto de 1952 em Londres, é para muita gente um ser desconhecido. Mas se dissermos que o seu nome artístico é JOE STRUMMER ,líder dos The Clash então deixa de ser um mistério. Quatro anos após a sua morte, o famoso realizador Julien Temple resolveu filmar um documentário sobre a vida de Strummer. Pegando em vários depoimentos de gente famosa (Flea, Bono, Martin Scorsese, Steve Buscemi, Matt Dillon, John Cusack, Johnny Depp, Jim Jarmusch, Courtney Love e Damien Hirst ) e até mesmo dos fãs de todas as suas bandas (101ers - dos The Clash, Mescaleros), Julien tenta dar a conhecer a pessoa que está por trás desta grande figura do mundo da música . Este doc. vai ser exibido hoje no IndieLisboa no Teatro Maria Matos pelas 21H30.


Para não haver dúvidas

Kelley Polar: Chrysanthemum

"I Need You To Hold On While The Sky Is Falling"

Environ, 2008

segunda-feira, 28 de abril de 2008

No Coração da Noite

O que é a música electrónica? Apenas sons extraídos de máquinas? Batidas mecânicas sem alma, nem calor? Os Kraftwerk, portanto… Pois, nem tanto. Aliás, nada mesmo. De certa forma, o grande desafio posto aos cultores da electrónica foi justamente esse, dar alma às máquinas. O Disco foi instrumental nesse propósito, porque conseguiu que, através dos sintetizadores e do seu ritmo, nascesse esse calor, esse suplemento de alma que foi criador de sensualidade, suor, movimento, luxúria, emoções todas elas muito humanas. Pioneiros como Patrick Cowley, Giorgio Moroder, Paul Parker e Arthur Russell tiveram como trunfo a invenção dessa possibilidade, digamos, orgânica, da música electrónica. Desde esse período fundador, muitos outros trilharam esse caminho, com maior ou menor sucesso, e fizeram da electrónica a moeda corrente da música contemporânea. Para o bem e para o mal. Serve todo este intróito para reforçar uma ideia já aqui expressa em outras ocasiões: a importância do Disco como linguagem fundadora e universal da música electrónica, e como fonte de onde muitos artistas, bem no centro da modernidade, vão beber a inspiração para criarem obras de excepção, absolutamente contemporâneas. Já aqui se falou dos Glass Candy, mas há outros nesta onda: Lindström & Prins Thomas, Chromatics, Hercules And Love Affair, Junior Boys, Sally Shapiro, Unai, Gui Boratto, The Presets… E, naturalmente, a razão para este arrazoado, o americano nascido na Croácia, Kelley Polar, de quem foi recentemente editado o segundo álbum “I Need You To Hold On While The Sky Is Falling”. Polar pega em todos estes pressupostos e cria um universo pop muito particular, bebendo em Arthur Russell, um dos pioneiros, muita da inspiração para a sua música. Tal como Russell, também Polar tem formação musical clássica, neste caso o violoncelo, e esse sentido de proporção, de rigor quase geométrico associado à música clássica é transposto para estas canções. Mais do que provocar um frenesim conducente à loucura nas pistas de dança, o que interessa a Polar é a construção de melodias irrepreensíveis. Estas são canções elegantes e pessoais, contidas, mas tendo como base uma utilização ousada dos recursos típicos do Disco, os arranjos de cordas, os instrumentos clássicos (o violoncelo, et pour cause…), as harmonias, todo um sentido teatral e dramático que faz parte integrante do seu imaginário. Tudo isto envolvido por doces nuances electrónicas, breves pinceladas digitais que enchem de cor e vida uma forma de abordar a vida e a música por vezes tingida de um existencialismo negro e sem esperança, altamente cerebralizado. Tal como nos casos dos Chromatics e dos Glass Candy, não é bem ao paraíso que se pretende chegar, mas ao coração da noite, com tudo o que isso implica, para o bem e para o mal. Este segundo álbum é tudo isto, mas numa forma já mais polida, mais sofisticada, mais consciente. Para ir à raiz, recomenda-se o primeiro álbum de Polar, “Love Songs Of The Hanging Gardens”, de 2005, esse sim uma verdadeira caixinha de surpresas, onde se pode assistir, em assombro, ao revelar de um universo inesperado e cheio de tesouros, estranhos e belos, com contraponto inesperado de violoncelo. A música electrónica é uma coisa mecânica e sem alma? Nem por sombras… Recomendo a audição da faixa 3 de “… The Sky Is Falling”, “Entropy Reigns (In The Celestial City)” onde tudo isto se torna carne e vive.

domingo, 27 de abril de 2008

Quando a Noite Cai (com um grande estrondo...)

Um curioso exercício em como paulatinamente dar cabo de tudo o que de bom um filme pode ter. Basta olhar para o elenco, não é de deixar qualquer um a salivar de antecipação? Um objecto de prestígio, um âncora literária fortíssima (romance de Susan Minot, adaptado por Michael Cunningham...), um realizador estabelecido, enfim, estaria tudo lá. Estaria. Mas não está. Não está porque o filme é um prodígio visual, brilhante de academismo à Inglesa (e eu confesso-me devoto dessa qualidade BBC quase automática que, por vezes, tolhe o cinema inglês...) mas absolutamente vazio de conteúdo, de acção, de interesse. Um regalo para os olhos, à custa de nada se passar, de nada ser permitido para não estragar o embrulho que parece ser a única preocupação de toda a gente, em especial do realizador, Lajos Koltai, um dos mais reputados directores de fotografia actuais, famoso pelos seus trabalhos com Istvan Szabo e Giuseppe Tornatore, mas que aqui se esquece que um filme é mais do que enquadramentos e filtros. Este é um daqueles casos em que o espectador chega a ficar furioso com o que se está a passar no écran, porque rapidamente se entra naquela dimensão do "Oh deuses, se isto fosse feito por...", que é fatal para qualquer filme. E depois, bem, deixamos de querer saber. Glenn Close, Meryl Streep, Vanessa Redgrave e Toni Collette juntas? Who cares? O filme arrasta-se e acaba. Ponto final. O sentido de desperdício é enorme e o objectivo de tudo aquilo é perdido algures numa névoa de casas brancas, mares azuis e mansões imaculadas; num niilismo paralisante, como se Henry James tivesse sido pontapeado nas partes pudendas. E o aborrecimento. Muito. Tivesse vindo James Ivory para pegar na história e estas linhas teriam um outro sentido. Mesmo Ang Lee teria feito algo melhor, ele que faz tudo bem. Assim, o que nos resta é sonhar com o que poderia ter sido...

sábado, 26 de abril de 2008

Burrices...

Não sei se foi pelo cheirinho a Verão dos últimos dias ou pela vontade de que cheguem as férias... mas acabei por dar comigo a ver "Fool's Gold".
I know, I know...
Ok, vamos já pôr os pontos nos ii: é um filme de caca... Mas a sua mais valia (para além do convidativo cenário onde se desenrola) é exactamente não estar com peneiras e estar envolto numa aura de estupidez veraneana que acaba por resultar... sort of. Uma espécie de anúncio da Malibu com duas horas.
Ou seja - e sem desejar alongar-me demasiado nisto - não é para se levar a sério e assume isso à partida. Vale pelas tiradas humorísticas que temperam a aventura, mas também não possui muito mais que isso. A sensação de caça ao tesouro não convence e já começa a chatear ver o Matthew a queimar a imagem neste tipo de filmes.
Por outro lado, há já muito tempo que não via uma personagem tão deliciosamente burra como a moçoila que surge algures a meio do filme (Alexis Dziena a fazer de filha rica, irritante e confrangedoramente oca de Donald Sutherland).
Para quem quiser ver, a recomendação é: ir com baixas expectativas.
It's probably for the best...

PS: Que me perdoem os restantes loungerianos por esta pequena falta.