segunda-feira, 31 de março de 2008

NOTAS SOLTAS


Ficam aqui algumas notícias que marcam a actualidade cultural da semana:


-Os KRAFWERK são um dos nomes fortes para o Super Bock Super Rock. O dia 10 de Julho é a data mais provável.

-Quem também tem quase assegurada a passagem por Portugal são os Duran Duran, também no SBSR.

-Pedro Almodovar já se rendeu aos prazeres da Internet. Almodovar já tem um blog no mundo virtual onde podemos acompanhar o dia a dia da rodagem do seu último filme Los Abrazos Rotos. É aqui

- O Lisbon Village vai trazer este ano como convidada especial Susan Sarandon. Esta actriz vai ser homenageada neste festival que vai decorrer entre os dias 8 de Maio e 8 de Junho. Recordo que na primeira edição deste festival a homenageada foi Mia Farrow e no ano passado foi Robert De Niro.

-Os MUSE tem um novo CD/ DVD no mercado H.A.A.R.P, um registo gravado ao vivo em Londres no estádio do Wembley em Junho de 2007. Fica aqui uma amostra:


MUSE Wembley Arena - Super Massive Black Hole

sábado, 29 de março de 2008

4, 8, 15, 16, 23, 42


E porque os jogos também são arte, aqui fica uma aposta baseada numa série de sucesso: Lost.
No jogo, intitulado Lost - Via Domus, encarnamos uma nova personagem, Elliot, um foto-jornalista com amnésia, que também sobrevive à queda do avião. Ao longo do jogo é possível contactar com as personagens da série e reviver os típicos flashbacks à Lost nos quais podemos ir desvendando o passado de Elliot.
Para todos os fãs da série, o jogo é capaz de agradar bastante. Os restantes, talvez não tanto. Mas a mitologia da série está toda aqui, dos bons aos maus (o design das personagens está bastante aprimorado), do black smoke aos bunkers... Mas deixo-vos o trailer do jogo, para que possam dar uma vista de olhos e julgar por vocês próprios, meus caros loungeartistas.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Lounge Lizzard

Coisas boas para as orelhas enquanto se olha para a cidade dourada:

. Tocadisco: Solo
. Italians Do It Better (*****)
. These New Puritans: Beat Pyramid
. Pinch: Underwater Dancehall
. Shinichi Osawa: The One
. Hot Chip: Made In The Dark
. Miss Kittin: Batbox
. Chromatics: Night Drive (*****)
. Nicolas Repac: La Grande Roue
. Disco Not Disco (*****)
. The Whip: X Marks Destination
. Guillemots: Red
. The Bird And The Bee
. Duffy: Rockferry
. Goldfrapp: Seventh Tree (*****)
. Benny Sings: Benny At Home
. Glass Candy: B/E/A/T/B/O/X (et pour cause...)
. MGMT: Oracular Spectacular
. Neon Neon: Stainless Style (*****)
. The Aliens: Astronomy For Dogs (Prog Lives!)
. Hanne Hukkelberg: Rykestrasse 68
. Hercules & Love Affair (***** e mais ** pelo Antony, a melhor Diva do novo século...)

and last, but by no means least:
. Portishead: Third (Sim, porque há coisas sagradas...)

Não há nada melhor do que uma profusão de dourado para nos deixarmos ir...

Ambience is All


Estes senhores dados ao minimalismo por vezes criam coisas realmente interessantes. É o caso de Prosumer, um berlinense de nome Achim Brandenburg que se uniu a Murat Tepeli e juntos egendradam este primeiro álbum de originais que conseguirá satisfazer os fãs das electrónicas minimalistas e todos aqueles que gostam de uma sonoridade ambiente para um tranquilo dia em casa.
Prosumer & Murat Tepeli - Serenity traz à memória uns Junior Boys mais cerebrais e menos pop. A title track "Serenity" deixa-nos com água na boca pela sensibilidade que evoca, mas logo uma voz masculina e algo sensual nos desconjunta completamente em "I Go Mad".
O álbum conta com a colaboração de Elif Bicer em várias faixas, e o conjunto é francamente agradável. Confesso que às vezes, aborrecem-me os cds minimalistas, mas com vozes tudo se transforma em deleite.
É o que acontece com esta serenidade electrónica altamente recomendável.

Blood Diamond



Blood Diamond (2006)

Edward Zwick realiza, dezassete anos depois de Glory e passados três sobre O Último Samurai, este filme em que tenta materializar a fusão entre uma aventura épica clássica e uma wake-up call sociopolítica.

Zwick volta assim a focar as relações culturais e os conflitos raciais, trademark da sua filmografia para o grande ecrã. A denúncia faz-se audível, bem conseguida, e preenche o espectador com percepções da impotência, frustração, desânimo, e da extrema violência aos quais a África pós-colonial está, saibamo-lo, irremediavelmente entregue.

Decorrida em 1999, a acção centra-se na Serra Leoa, exemplo bem recortado da presente condição, e provável futuro a termo, do continente Africano. A brutalidade do conflito, bem como as variáveis que alimentam o motor desta e de outras guerras em África, são expostas com rigor quase documental pela lente de Eduardo Serra, que à semelhança do que fizera em Rapariga com Brinco de Pérola, recorre a tons naturais (aqui, quentes para as paisagens africanas, frios para as europeias) para conferir à película contrastes bem demarcados.

Danny Archer (Leonardo DiCaprio) é um contrabandista de diamantes sul-africano. Solomon Vandy (Djimon Hounsou) é um pescador Mende na Serra Leoa. Depois da aldeia de Solomon sofrer um ataque dos rebeldes, Solomon é feito escravo para trabalhar na extracção de diamantes. Antes dos militares do governo atacarem a mina, Solomon tem tempo de esconder um grande diamante que acabou de encontrar. É na prisão que o caminho de Solomon se cruza com o de Danny Archer, aliciado pela perspectiva de ter nas suas mãos um diamante que lhe permita sair de África. Vandy, cuja mulher e filhas foram enviadas para o exílio, e cujo filho vai engrossar as fileiras do exército de crianças formado pelas forças rebeldes, quer apenas recuperar a sua família.

A construção da personagem interpretada por DiCaprio é notável na medida em que o actor, maduro e sem quebrar a ascensão que retomou quando fez The Departed, consegue condensar ao longo de todo o filme os traumas, vícios e jogos de malabarismo (arrogância, consciência) que coabitam num "white african boy". Já Djimon Hounsou é igual a si mesmo: intenso, ardente, transcendendo com agilidade os limites cliché da personagem que encarna, e fornecendo a quem o vê um desempenho apaixonante que contunde, pelo menos enquanto o filme - com 143 minutos e que por isso paga inevitavelmente uma factura pesada a partir do meio do caminho - mantém o embalo inicial.

Como downsides algum simplismo no retrato das instituições ocidentais, avatarizadas na personagem de Jennifer Connelly, e o modo comedido, do tipo monday morning, em que James Newton Howard estaria ao compor a banda sonora.

Em suma, Zwick vai mais longe do que em Glory, sofisticado aqui pelo grau de barbárie conexo com a história, e o filme, at the very least, cumpre a difícil tarefa de, entretendo, denunciar o que cada vez menos se quer denunciado; que se queira ver, na natureza do argumento, imperfeições grosseiras, arestas por limar e com isto reduzir a obra ao produto da crítica, é género que vem por arrasto nos dias em que vivemos.

Apreciação pessoal: 8 em 10




quinta-feira, 27 de março de 2008

H/E/A/R/T/B/E/A/T/B/O/X

O Disco será sempre a raiz de todas as músicas da noite. Não é a toa que está em constante retorno e sempre ligado às novas vanguardas da música de dança e seus satélites. Quanto a mim, nada a opôr. Assim é que, pela segunda vez este ano, o Disco aparece como referência central em mais um fabuloso álbum de ritmos da noite. Primeiro foram os Hercules & Love Affair, agora é este igualmente (se não mesmo mais...) fabuloso "Beatbox" dos Glass Candy. Constituídos por um dos Chromatics, Johnny Jewel, e pela distinta Ida, fazem um som que parte das memórias do Disco e da electrónica em geral, mas daquela mais cheia de originalidades, para fazer algo que é muito mais do que apenas uma trip down memory lane aos anos 70. É um som sensual, que tanto pode ser profundamente quente, como absolutamente gelado e que nos transporta para uma dimensão por vezes esquecida na pista de dança: como se as luzes se apagassem e, de repente, surgisse toda uma nova realidade feita de estilhaços interiores e emoções profundas, ao mesmo tempo ricas e à flor da pele. Como se alguma coisa nos acariciasse a pele suavemente enquanto os olhos se tentam adaptar à escuridão. Ah, e tem uma versão de "Computer Love" dos Kraftwerk que traz carne e sangue às máquinas dos alemães primordiais. Para tirar dúvidas, ouçam "Rolling Down The Hills" e "Life After Sundown". Uma bola de espelhos...?

Viga


Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

Clarice Lispector

I'M NOT THERE - Biopic de Bob Dylan



Hoje estreia nos nossos cinemas o biopic de BOB DYLAN. Sete Actores (Heath Ledger, Christian Bale, Richard Gere, Ben Whishaw, Marcus Carl Franklin e Cate Blanchett) palmilham os trilhos percorridos por este ícone americano durante toda a sua vida. Realizado por Todd Haynes, este filme galardoado com o Prémio Especial de Veneza é uma viagem à cultura Americana e à biografia de Dylan, um dos mais reconhecidos cantores do mundo. Aqui fica a sugestão.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Big Bang



A qualidade da tela ou os pormenores da cor numa qualquer impressão de grande formato primam a feitura da obra como digna do teu olhar. Olha ou repara. E a imagem? Cura sobre...? Ah, boa pergunta! Talvez sobre um zoom bem manhoso já a fugir da fiabilidade óptica e a pixelizar. Os resultados não são profissionais. Não, caros “loungistas”! Cuidado ou atenção: são apenas rabiscos desnecessários de uma mente fortemente curiosa.

terça-feira, 25 de março de 2008

TARANTINO'S MIND


Não existe melhor forma de inaugurar este blog do que ver uma curta-metragem sobre a obra de Quentin Tarantino. Esta curta foi realizada no Brasil pelo actor Selton Mello e mostra como Tarantino consegue transformar muitos filmes numa única história. Segundo Selton Mello, quase todas as personagens do primeiro filme (Reservoir Dogs-1992) vão passando por todos os outros filmes que ele realiza a seguir fazendo de todos os seus filmes um só. Esta curta conta ainda com o participação especial do cantor e actor Seu Jorge. Espero que gostem.